Foto: Adriane Werner
A Câmara Municipal de Campo Largo aprovou, em sessão extraordinária na segunda-feira (29), todos os projetos da Reforma Administrativa encaminhada pelo prefeito Marcelo Puppi. Em Regime de Urgência, os projetos foram discutidos e votados em uma única sessão, sendo encaminhado na terça-feira (30) para sansão do prefeito. Durante a sessão alguns problemas tiveram que ser solucionados pelo presidente do Legislativo, vereador Bento Vidal, que precisou solicitar apoio da Polícia Militar, para garantir a ordem e a segurança na casa.
Bento Vidal disse que “o Município necessitava desse ordenamento proposto pelo prefeito Marcelo Puppi”. Segundo ele, “não era mais possível administrar a Prefeitura Municipal, com as leis defasadas, como estavam. Os projetos foram aprovados por maioria absoluta de votos, praticamente sem alterações”. Lembrou, ainda, que somente uma das propostas foi aprovada por seis votos a cinco, o restante quase que por unanimidade.
Sobre o incidente, no qual dois cidadãos foram retirados do plenário, com apoio da Polícia Militar, o presidente da Câmara disse que: “Todo protesto é aceito, desde que dentro de limites. Nós, os cidadãos, temos que respeitar o Legislativo Municipal. Afinal, nós estamos trabalhando para melhorar e tornar mais transparente a Administração Pública”, disse.
Votos contra
Os projetos foram aprovados, em sua maioria, sem os votos dos vereadores Toninho, Cléa e Giovani, que funcionaram como uma bancada independente. Eles, mais os vereador Alemão, propuseram a redução dos valores dos salários dos comissionados, em 30%, mas as emendas propostas por eles foram rejeitadas. Havia, ainda, a questão do regime de Urgência, contra o qual o vereador Toninho disse ser totalmente contra, “porque havia tempo suficiente, para votarmos os projetos, nos próximos dias 05 e 12. Teríamos mais tempo para discutir melhor, principalmente esta questão dos salários”.
A vereadora Cléa, que votou contra a aprovação das reformas, disse que não é contra as reformas, mas a maneira como tudo foi feito. “A Prefeitura teve quatro, cinco meses para propor o projeto e nós tivemos apenas 15 dias para ler, discutir, propor emendas e votar. Não é certo isso. Não concordo também com os valores dos salários dos comissionados, de oito mil, 11 mil reais. Os servidores estatutários não são valorizados. Propuzemos uma emenda para reduzir em 30% os salários dos comissionados, seria uma economia de R$ 1,2 milhão por ano. Foi rejeitada. Por isso votei contra”, disse ela.
Funcionários
Os funcionários públicos de carreira também não receberam positivamente as mudanças, com relação aos salários dos comissionados, para eles acima da realidade. Um servidor, que procurou a Redação da Folha, disse que o projeto 15 foi o único a tratar da questão da Procuradoria, dos advogados, já os veterinários foram excluídos. Reclamam que “os salários variam de R$ 1.000,00 a R$ 11.000,00 para os comissionados e os advogados, que tinham salários de R$ 3.000,00 passam para R$ 8.000,00/20 horas, podendo ser dobrado para 40 horas, mais especialização, mestrado, doutorado”. Disse, o servidor, que o sentimento de todos é de revolta, porque aumentam os salários de poucos e nos negam a Data Base, que é garantida por Lei, e ainda colocaram 30 policiais armados até com fuzil dentro da Câmara Municipal, para nos calar, e roubaram o nosso direito e dinheiro”.
Disse, ainda, esse servidor, que “um vereador colocou o projeto em Regime de Urgência, para ser votado na segunda-feira, com a justificativa de que era determinação judicial ou do promotor. Não era, outro vereador disse que eles, os vereadores, tinham todo o tempo necessário para votar as mudanças. Nos enfiaram goela abaixo esse projeto sem ao menos podermos discutir, argumentar, sob ameaça de sermos presos se houvesse manifestação. Entendemos que as reformas eram necessárias, mas não concordamos com os abusos, arbitrariedades e salários elevados, com a crise que o País atravessa, com milhões de desempregados”, disse.