Quarta-feira às 08 de Maio de 2024 às 05:13:15
EM CAMPO LARGO 17º | 29º
Opinião

Corruptos e corruptores, farinha do mesmo saco

Corruptos e corruptores, farinha do mesmo saco

Comandos do Senado e da Câmara Federal, ministros, senadores, deputados federais, ex-presidentes da República e 12 governadores, todos envolvidos em crime de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e Caixa Dois. Esse é o quadro geral da corrupção no Brasil, revelado na última terça-feira com a liberação dos nomes da Lista Janot e a determinação do ministro do STF Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, para a abertura imediata de inquérito contra 98 deles.

Da lista Janot, a Procuradoria Geral da República vai investigar, por determinação do STF, oito ministros do atual Governo, três governadores, 24 senadores e 39 deputados federais. A notícia, embora esperada há vários dias, caiu como uma bomba sobre a classe política nesta quarta-feira e repercutiu na Imprensa internacional. É sinal de que o Brasil está mesmo disposto a ser passado a limpo, que a coisa não vai ficar apenas na ameaça. Eles vão ter que se virar para se defender das acusações.

Infelizmente, porém, a maioria dos acusados pode se livrar da condenação, alguns por prescrição, quatro anos após o delito. E os acusados ainda podem fazer acordo para suspender o processo. De qualquer forma, cairão as máscaras, vai acabar a desculpa de que “eu não sabia”, ou “isso é recurso para campanha”.

A corrupção parecia permear todos os níveis do Poder, na União, estados e municípios. De tão antiga, a prática era, de certa forma, tolerada pela população. Havia até “slogan” de político corrupto, que tentava justificar a roubalheira, e o eleitor repetia como um mantra: “rouba, mas faz”. De tanto se repetirem os atos de corrupção, o jeitinho, a propina para se conseguir vender produtos ou serviços para o Poder Público, que o País quebrou. De tantos políticos roubarem sem serem processados, a corrupção se espalhou como uma doença. Bastava alguém conquistar um cargo público, político ou não, e aparentar alguma melhora de vida, para os vizinhos apontarem: “deve estar roubando”. E em geral os vizinhos tinham razão. Felizmente nem todos eram culpados. Mas a vida dos corruptos pode estar no fim. Ministério Público, Justiça, e a população em geral parecem ter acordado e resolvido limpar toda a sujeira acumulada nos últimos dez, 20 anos.

A prova de que a corrupção se espalhou por todo o Território Brasileiro, está em Campo Largo, onde o Ministério Público investiga uma série de denúncias de corrupção e crimes que podem ter sido cometidos por agentes que acreditavam estarem imunes a processos judiciais.