Ao comemorar os seus 146 anos de Emancipação Política, fato registrado nesta quinta-feira (23), Campo Largo é uma cidade moderna, progressista, agitada por inúmeros acontecimentos, bons e ruins, mas que apontam para um importante e promissor caminho: estamos crescendo a passos largos, em todos os sentidos, e sentimos as dores desse crescimento. Dói a violência urbana, a falta de estrutura das nossas forças de segurança; dói a falta de vagas nas creches, a falta de pavimentação nas ruas dos bairros mais distantes do centro da cidade e da qualidade da pavimentação de algumas ruas centrais, que ainda são cobertas com antipó, com vida útil vencida há mais de 20, 30 anos, cheias de remendos. Estamos ganhando, como “presente” de aniversário, algumas obras de pavimentação iniciadas no ano passado e que agora ficaram prontas. Mas são poucas, diante da imensidão de ruas que necessitam da mesma atenção.
Campo Largo é uma cidade que nasceu e cresceu sem planejamento, com ruas estreitas, apertadas, e poucas opções para intervenção urbana. Chegamos ao limite. Nos dias de maior movimento é quase impossível trafegar pelo centro da cidade. Há, na Prefeitura Municipal, projetos para tornar a maioria das ruas centrais mão única, como forma de melhorar o fluxo de veículos. Mas só uma radical mudança da área central, com a “construção” de um novo centro urbano, poderá resolver definitivamente o problema. O novo centro da cidade poderá ser localizado onde, hoje, está a pista antiga da BR-277, que agora está sendo municipalizada.
Mas é preciso a atenção máxima, da atual e das futuras administrações do Município, porque corremos o risco de nos tornarmos, cada vez mais, uma cidade caótica. Basta lembrarmos a situação atual da liberação de quase uma dezena de grandes empreendimentos imobiliários, sem os devidos estudos de Impacto de Vizinhança e Impacto Ambiental. Ganhar 30 mil moradores, em poucos anos, para uma cidade que tem apenas 120 mil habitantes, são números assustadores. É preciso planejamento, ampliação de vias, escoamento de veículos, escolas, creches, postos de saúde, transporte coletivo, emprego. Tempos tudo isso? Não! O Ministério Público tem razão, quando se preocupa com questões como esta. Não podermos continuar a crescer desordenadamente, precisamos de um freio de arrumação, de estudos profundos, com necessárias mudanças no Plano Diretor da cidade. Ou corremos o risco de vivermos, em cinco ou dez anos, numa cidade onde o tráfego de veículos, nas ruas centrais, será simplesmente impossivel, por falta de espaço para as dezenas de milhares de novos habitantes que disputarão conosco o mesmo espaço, limitado, que temos hoje.