Sexta-feira às 22 de Novembro de 2024 às 12:55:22
Opinião

Tragédia do Espírito Santo pode se repetir no Paraná

Corremos o risco de vermos, aqui, greves no serviço público, na Saúde, na Educação, na área de Segurança, e os consequentes problemas que esses movimentos acabam por apressar.

Tragédia do Espírito Santo pode se repetir no Paraná

A falência do Estado, a incapacidade do Governo dialogar com os servidores públicos, a crise econômica, a corrupção, o desemprego e o crescimento exponencial da violência são alguns dos ingredientes do caos que vive o Estado do Espírito Santo. O mais alarmante de tudo isso é que todos os estados brasileiros vivem, em menor ou maior proporção, o mesmo problema enfrentado por aquele Estado. Corremos o risco de vermos, aqui, greves no serviço público, na Saúde, na Educação, na área de Segurança, e os consequentes problemas que esses movimentos acabam por apressar.

Um dos detonadores da situação extrema vivida pelo Espírito Santo foi a crise econômica. Naquele Estado, os policiais militares reivindicavam, há anos, reposição salarial. Como eles são impedidos pela Constituição, de participar de greve, a saída foi a greve das famílias, que ocuparam as entradas e saídas dos quartéis, onde montaram acampamentos e impediram a saída das vituras. Os policiais permaneceram aquartelados e se negaram a “furar” o bloqueio, nos quais estavam suas mães, esposas, filhos.

Instalado o caos na Segurança Pública, as cidades viram crescer a onda de violência, os assassinatos, os assaltos, os arrombamentos. Dezenas de lojas e supermercados foram saqueados. O governador, sem outra saída, decretou Estado de Emergência e pediu apoio da Força Nacional de Segurança e das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica). Estão todas estas forças no Espírito Santo, mas a “guerra civil” continua. Até quando?

Não é apenas no Espírito Santo a grave crise que o País enfrenta. Em todos os estados e municípios, os servidores públicos reivindicam reposição salarial no momento em que os governantes enfrentam um “inferno astral”, provocado pela queda na arrecadação e pela redução dos repasses. Falta dinheiro para pagar os salários dos servidores. Em muitos estados os governantes já dotaram o pagamento parcelado dos salários, para driblar a crise, mas a cada mês o problema fica mais grave e mais difícil de solucão.

Hoje, no Paraná, professores e Governo travam uma verdadeira queda-de-braço, os primeiros reivindicando o cumprimento de promessa do governador, de reajuste salarial no início de 2017, e o segundo, alegando que não há condições financeiras para honrar o compromisso, manobra para pagar apenas as progressões. Vislumbra-se, no horizonte, uma greve da categoria, que pode eclodir ainda nesse final de semana, comprometendo o início do ano letivo. Os policiais militares e civis também estão insatisfeitos. O Espírito Santo pode se “materializar” aqui.