Áreas de risco: Estado do Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, incluindo suas capitais, bem como as áreas de mata
20/01/2017
A Secretaria de Estado da Saúde recomenda que as equipes municipais reforcem o trabalho de vacinação contra a febre amarela na rede pública de saúde para as pessoas que irão viajar para regiões de risco para a doença. O motivo é o alerta emitido pelo Ministério da Saúde, referente a um possível surto de febre amarela em 21 cidades do Estado de Minas Gerais.
Até o momento, pelo menos 110 casos suspeitos foram notificados, com 30 mortes em investigação. As ocorrências foram registradas na área rural, mas há o risco da doença também ser reintroduzida no meio urbano. Desde 1942, nenhum caso urbano é registrado no país.
De acordo com o diretor-geral da Sesa, Sezifredo Paz, a situação exige cautela. “A principal forma de prevenção é a vacina. Toda pessoa que vai se deslocar para regiões de risco, como áreas de matas e rios e estados e países com circulação da doença, deve tomar ser imunizado”, ressaltou.
A vacina está disponível nas unidades de saúde pelo sistema público e deve ser tomada até dez dias antes da viagem para que o organismo possa produzir os anticorpos necessários. Para garantir a imunidade, são necessárias pelo menos duas doses ao longo da vida, sendo que o reforço é aplicado 10 anos após a primeira dose.
No calendário básico, a vacina contra a febre amarela é indicada para crianças aos 9 meses de idade e depois um reforço aos quatro anos de idade. Contudo, qualquer pessoa maior de 6 meses pode tomar a vacina na rede pública até os 60 anos. Nestes casos, é preciso ser residente ou ter viagem marcada para Áreas com Recomendação da Vacina (veja box).
No Paraná, as doses são aplicadas nas unidades básicas de saúde. "Em caso de dúvidas, é importante que o cidadão compareça ao posto de vacinação mais próximo e verifique como está o esquema vacinal", orienta o chefe da Divisão Estadual de Imunização, João Luís Crivellaro.
Entre as contraindicações estão: maiores de 60 anos, gestantes, mulheres que estejam amamentando, crianças menores de seis meses e imunodeprimidos. O ideal é que quem faz parte de algum desses grupos procure orientação médica para saber como proceder.
A DOENÇA – A febre amarela é uma doença infecciosa grave, que, se não tratada rapidamente, pode levar à morte em cerca de uma semana. Na área rural ela é transmitida por mosquitos silvestres, o Haemagogus, e a urbana é transmitida pela picada do Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. “Embora os vetores sejam diferentes, o vírus e a evolução da doença são iguais e não há transmissão de uma pessoa para outra”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de Oliveira.
A transmissão do vírus ocorre quando o mosquito pica uma pessoa ou macaco infectados, normalmente em regiões de floresta e cerrado, e depois pica uma pessoa saudável, que, ao retornar para a cidade, possibilita a transmissão para outras pessoas pelo Aedes aegypti, podendo causar surtos de febre amarela nas áreas urbanas.
“O fato do transmissor da febre amarela urbana ser o mesmo da dengue e de outras doenças sérias reforça a necessidade das pessoas manterem suas casas e quintais livres de recipientes que acumulam água e que podem se tornar criadouros do mosquito”, lembra a superintendente.
Para quem é indicada a vacina contra febre amarela
A vacinação é recomendada aos viajantes que se dirigem para áreas com matas e rios, e deve ser tomada até dez dias antes da viagem para que o organismo possa produzir os anticorpos necessários.
No Brasil, as seguintes áreas são de risco para febre amarela e, portanto, de recomendação da vacina: em todo Estado do Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, incluindo suas capitais, bem como as áreas de matas e rios dos seguintes estados: Bahia, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Na América Latina, os países de risco e que já tiveram casos confirmados são Colômbia e Peru.