Além de causar prejuízos graves à saúde, as doenças cardiológicas podem também interferir em tratamentos médicos ou na necessidade de cirurgias.
04/10/2016
Na sexta-feira (29) foi comemorado o Dia Mundial do Coração, que tem como intuito lembrar da importância de manter hábitos saudáveis e realizar avaliações médicas com frequência. Problemas cardiovasculares são hoje considerados uma epidemia no mundo, cerca de um terço dos adultos possuem pressão alta.
No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, durante os oito primeiros meses de 2015 foram registradas mais de 200 mil mortes por causa de doenças cardiovasculares. Além de causar prejuízos graves à saúde, em casos evitáveis, as doenças cardiológicas podem também interferir em tratamentos médicos ou na necessidade de cirurgias. O médico cirurgião Fernando Schmidt explica que antes de uma cirurgia, dependendo do estado geral do paciente, é necessária a realização de alguns exames. “Tudo depende do tipo da cirurgia e em que paciente ela será feita. No caso de cirurgias emergenciais é preciso ignorar os problemas cardíacos por se tratar muitas vezes de um caso de risco iminente à vida e que a necessidade da realização da mesma é imperativa. Tratando-se de cirurgia eletiva, ou seja, uma operação programada, existem duas situações. Nos pacientes jovens e sem histórico de problemas cardíacos, quando uma boa avaliação clínica pré-operatória geralmente é o suficiente para a cirurgia ser realizada. Já em pacientes com idade superior a 40 anos, ou com algum fator de risco e/ou histórico de problemas cardíacos, é necessária a avaliação de um cardiologista e a cirurgia poderá ser realizada com a liberação do mesmo.”
Antes da realização de uma cirurgia, o paciente deve informar ao médico os problemas que ele tem e quais medicamentos usa. “São diversos problemas, cardíacos ou de qualquer outra origem, que podem interferir em uma cirurgia. Por exemplo, um paciente com arritmia cardíaca é um paciente que geralmente faz uso de medicação anticoagulante e se faz necessária a suspensão do medicamento para que a mesma possa ser realizada. Outro caso são de pessoas com insuficiência cardíaca, nesse caso o anestesista deve ter bastante cuidado na administração de soluções venosas, manter um controle adequado da pressão arterial e saber individualizar o melhor tipo de anestesia para cada paciente” , explica o médico.
Bons hábitos de vida, sempre
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há sete práticas diárias e fáceis que todos everiam fazer para evitar doenças cardiovasculares. Entre essas estão o controle do peso e da pressão arterial, exclusão do tabagismo, realização de exercícios físicos com frequência, dieta balanceada e o equilíbrio dos índices de colesterol e glicose.Essas recomendações são unânimes entre os profissionais de saúde. “Eu recomendo para meus pacientes a vida saudável sempre. Mas, entre todas as recomendações, tenho por hábito pedir para que aquele que vai passar por uma cirurgia pare de fumar pelo menos um mês antes do procedimento, pois o tabagismo aumenta o risco de infecções e também dificulta a cicatrização”, diz o médico.