Urologista explica sobre formação, tratamento e orienta para prevenção de cálculo renal. Crianças também podem ter pedras nos rins.
14/09/2016
Colaboração Caroline Paulart com supervisão de Danielli Artigas
Popularmente conhecido como pedras nos rins, o cálculo renal gera dores intensas e pode impossibilitar pacientes de fazerem atividades diárias comuns. Quando tratado, o problema pode desaparecer, sendo muito difícil surgir novamente, mas o mais importante é saber que ele pode ser evitado na maioria dos casos.
O médico urologista Ariovaldo Jorge Chequer Silva explica que são vários os fatores que influenciam para a formação de um cálculo renal. “O rim é responsável por filtrar todo o sangue do corpo e retirar aquilo que é ruim para ele. Na sua anatomia é visível que ele é formado por cálices, que possuem reentrâncias e nelas pode haver acúmulo de algumas substâncias que formarão o cálculo. Quando há má filtragem, pela falta de ingestão de líquidos por exemplo, há chances ainda maiores desse acúmulo acontecer.”
Durante o inverno é comum do ser humano ingerir menos água, por causa do frio, o que dificulta a filtragem do sangue e dá início aos cálculos renais. “No verão também são registrados casos, já que o corpo desidrata com maior facilidade, mas o corpo costuma pedir mais água por causa do calor, o que dificilmente acontece no inverno”, conta o Dr. Ariovaldo.
Entre outros motivos que podem vir a formar as pedras nos rins estão a ingestão frequente de concentrados em pó - como sucos artificiais -, consumo de refrigerantes, alimentação rica em açúcar ou sal ou excesso de proteína – que em excesso acaba comprometendo a taxa de filtração, a presença de alguns componentes químicos em abundância no sangue, como cálcio, oxalato e ácido úrico ou o uso de determinados remédios. Há casos em que a má formação no rim acaba ocasionando o cálculo. A pré-disposição genética também pode ser outro fator agravante, como diz o médico.
“Sempre que o paciente sentir dor intensa na região lombar e abdominal, sensação de bexiga cheia acompanhada de dificuldade de urinar e vontade frequente de ir ao banheiro, urina com cor avermelhada, rosada ou amarronzada e de cheiro forte; náusea, vômitos ou febre é importante procurar um médico”, orienta o Dr. Ariovaldo. “Em caso de pedras razoavelmente pequenas, cerca de cinco milímetros, e que são derrubadas é importante trazer junto quando for consultar, pois assim é possível enviá-la para um laboratório e identificar qual tipo de pedra é e o tratamento mais adequado”, aconselha.
Depois de identificada a existência de cálculos renais, a primeira medida adotada é o alívio da dor. “É avaliado o estado geral do paciente e estudamos o procedimento mais adequado para ele. Aqui no Hospital do Rocio, estamos autorizados a realizar a Litotripsia Extracorpórea, um tratamento de choques a laser, sem cortes e sem internamento, que apresenta um excelente resultado, eliminando o problema com poucas chances de voltar. Outros procedimentos são a Uretroscopia, que usa um pequeno endoscópio na bexiga e ureter, a Nefrolito Percutânea, onde é feita uma pequena incisão cirúrgica e a cirurgia com corte”, explica. Quando o cálculo é formado por ácido úrico é possível tratar com remédios.
Mitos e verdades sobre o cálculo renal
Para o paciente que já apresentou quadros de pedras nos rins não são aconselhados o consumo de café e chá preto, além dos alimentos já citados.
A Phyllanthus niruri, popularmente conhecida como Chá de Quebra-Pedra não possui sua eficácia comprovada. “Os médicos trabalham somente com tratamentos com comprovação científica, e esse sobre esse chá não existem resultados assertivos. É um tratamento empírico, que pode ser feito pelo paciente em particular, mas que não são recomendados pela classe médica”, esclarece.
Os homens são mais propensos a ter cálculos renais se comparado ao número de mulheres que apresentaram o quadro.
Crianças também podem apresentar cálculos
Ainda que menos frequente, bebês e crianças também podem desenvolver pedras nos rins. Os pais ou responsáveis devem ficar atentos às queixas das crianças, a cor da urina e também febre. “É importante levar ao pediatra no primeiro sinal para que o quadro não evolua para uma infecção renal séria. O pediatra irá avaliar o caso, pedir exames e encaminhar a criança para um especialista que tomará as providências necessárias”, explica o médico.
Entre as causas para o aparecimento de pedras nos rins durante essa fase da vida estão o consumo de alimentos ricos em sódio, sedentarismo e baixa ingestão de líquidos, frutas e verduras frescas.