10/06/2016
Quando a sociedade ainda não havia inventado o dinheiro, tudo era feito à base de troca. Quem produzia alimentos, por exemplo, trocava o excedente da sua produção por roupas, calçados, animais, algum utensílio doméstico e até animais. Apesar de não existir moeda, tudo tinha um valor e, na hora da troca, estabelecia-se, pela medição (volume, quantidade), se uma determinada quantidade de feijão equivaleria a uma galinha, um leitão, e cada um saía do negócio satisfeito. Era o chamado Escambo.
A evolução levou esse mecanismo de troca a um mercado de crédito. Às vezes, quem produzia feijão, entregava a mercadoria a um produtor de animais e não levava nada em troca, apenas a promessa de que teria, em crédito, aquele valor, mais tarde convertido em uma galinha, sal, um leitão, ou outro produto qualquer. O credor, quando necessitasse, iria buscar o que lhe pertencia. Além de produtos, o Escambo evoluiu também para os serviços.
Somente com o desenvolvimento das sociedades, surgiu a moeda como objeto de troca, além das pedras, conchas, sal, e estabeleceram-se os valores, geralmente em ouro ou prata.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, por exemplo, os índios não conheciam qualquer forma de moeda. Tudo entre eles era feito à base de troca. Tanto que, incentivados pelos portugueses, eles íam nos riachos para encontrar pepitas de ouro, para trocar por espelhos, tecidos e outros produtos que para eles era novidade.
Apesar da monetização da sociedade, entretanto, até hoje o escambo continua fazendo parte do cotidiano em muitos lugares, principalmente em pequenas cidades ou regiões remotas. Nada impede, entretanto, que esse mecanismo de troca sobreviva em países modernos e em grandes cidades. Muita gente, recorre à troca, quando necessita se desfazer de uma roupa, de um móvel ou eletrodoméstico usado. Em Campo Largo, apesar de raro, o Escambo é utilizado entre vizinhos, parentes, amigos e até mesmo entre desconhecidos.
Nesse final de semana, uma experiência interessante envolvendo a troca, o Escambo, será realizada na cidade, no Parque Cambuí. Recém-chegada na cidade, uma nova moradora quer estabelecer um local e data específicos para que qualquer pessoa possa levar uma mercadoria ou um objeto qualquer, de sua propriedade, para trocá-lo por outro. A ideia é facilitar o contato de quem quer realizar a troca, mas sem radicalismos. Nesse caso, o dono do objeto ou da mercadoria também pode aceitar dinheiro, na troca, uma espécie de feira em que a moeda, na realidade, é mais um objeto que tem o seu valor específicos, mas que pode ser dispensado na transação.