Mulheres têm maior dificuldade em emagrecer após os 40 anos. Endocrinologista explica sobre as alterações no corpo, como a diminuição da taxa metabólica.
30/05/2016
Com o avanço da idade algumas alterações no corpo acontecem, e no corpo feminino a diminuição da taxa metabólica é uma delas. Com isso, o organismo gasta menos energia para desempenhar e manter funções vitais. Esse fator combinado com a alta ingestão de energia, ou calorias, perda da massa magra ligada à falta de exercício físico e algumas alterações hormonais que normalmente aparecem nessa faixa etária podem dificultar na hora de manter e perder peso.
O médico endocrinologista André Ricardo Fuck explica que pessoas que possuem histórico de excesso de peso na infância ou adolescência e quem já esteve com grau elevado de obesidade sempre apresentarão maior dificuldade para reduzir o peso. “Homens e mulheres são diferentes, e os homens tendem a perder peso mais fácil. Outro fator que influencia é o tempo que fica sem se alimentar e se pulam o café-da-manhã. O fator mais importante no sucesso da perda de peso é o grau de motivação que a pessoa apresenta para mudar seu estilo de vida”, diz.
A genética também é um ponto chave a ser analisado, as características pessoais adquiridas pela genética determinam o ritmo do emagrecimento ou ganho de peso de cada um. “Um exemplo se refere à taxa de lipólise, aonde sabidamente alguns indivíduos têm maior capacidade de utilizar a gordura como fonte de energia, melhorando assim a resposta à perda de peso, e isso é determinado geneticamente”, explica o Dr. André.
A importância da manutenção do peso - de acordo com o Índice de Massa Corporal ou IMC – após os 40 anos se dá por conta da prevenção de doenças relacionadas ao aumento do peso, como Hipertensão Arterial, Diabetes Tipo 2, alterações no colesterol, Apneia do Sono (obstrução das vias aéreas durante o sono), Esteatose Hepática, também conhecida como “gordura no fígado”, entre outras. Outras doenças, não decorrentes da obesidade após os 40 anos, também merecem atenção de quem pertence a essa faixa etária, como hipotireoidismo, a deficiência de vitamina D, problemas emocionais como a depressão e a ansiedade, fibromialgia, cálculos na visícula biliar, entre outras.
Em contrapartida, o baixo peso não é sinal de boa saúde, já que pode agravar a osteoporose, uma doença metabólica que acomete os ossos. “O ser humano alcança seu pico de massa óssea ao redor dos 20 anos (até os 30 anos), influenciado por inúmeros fatores e tendo o exercício físico um papel central. Se a pessoa for sedentária até esse período, tende a ter um pico de massa óssea menor e, futuramente, ossos mais frágeis”, conta o médico.
A escolha dos alimentos tem um papel relevante na hora do emagrecimento. Cerca de 10% da energia do nosso corpo vai para o processo digestivo. Quando se escolhe alimentos termogênicos, como pimentas, gengibre, cafeína e canela, faz com que o corpo gaste mais energia por conta do calor. “Pessoas que se alimentam com maior frequência e que consomem alimentos funcionais como carboidratos integrais, proteínas, fibras e alimentos in natura, gastam mais energia no processo digestivo do que aquelas que consomem alimentos mais simples e processados, ou que se alimentam poucas vezes ao dia”, completa.
Menopausa
A menopausa é uma fase pela qual todas as mulheres passam quando atingem idade entre 45 e 55 anos e trata-se da interrupção das menstruações, ocasionadas pela parada de secreção de hormônios produzidos pelo ovário, o estrogênio e a progesterona. “Devemos saber também que se trata de um período natural que não deve ser encarado como doença. Todo esse período na vida da mulher é recheado de sintomas, como os fogachos (ondas de calor), sintomas depressivos e de cunho emocional, fadiga, irritabilidade, alteração cognitiva, perda de libido (interesse sexual), ganho de peso, alterações da pele e ressecamento vaginal, além de risco maior para osteoporose e doenças cardiovasculares”, explica o médico.
Há casos que médicos indicam a reposição hormonal, para a diminuição dos sintomas característicos da fase ou com risco de osteoporose. A administração desses hormônimos deve ser feita o quanto antes, entre 50 e 59 anos, para apresentar resultados mais satisfatórios e poucas reações adversas.
Outro ponto que deve ser bem avaliado pelo médico são as contraindicações. “Histórico de câncer de mama e endométrio, trombose venosa, doenças do fígado e sangramento vaginal sem causa devem ser levados em conta. Mulheres fumantes e com doenças cardíacas têm que ser avaliadas com bastante cautela”, alerta Dr. André. Ele também orienta que a mulher deve manter bons hábitos. “Parar de fumar, atividade física regular, controle do peso, boa ingestão de alimentos naturais e ricos em cálcio são práticas simples que garantem ótimos resultados”, finaliza.
Mais informações: (41) 3292-2846 ou 3032-4012.