05/02/2016

Com a chegada do ano letivo, uma das maiores preocupações dos pais passa a ser o uso das mochilas escolares e a quantidade de material que as crianças levam. Carregar peso em excesso e a má postura ao caminhar, utilizando a mochila, pode acarretar em problemas como a escoliose, lordose, desvios de postura e problemas de crescimento.

O fisioterapeuta Fernando Coutinho Filho explica que o peso ideal para uma mochila é de até 10% do peso corporal de quem vai carregá-la. “Até 15% é aceitável, mais que isso já passa a ser prejudicial para a coluna. O tipo de mochila ideal é a de duas alças, já que ela promove uma distribuição igualitária do peso, em cima dos dois ombros, deixando mais alinhada a coluna”, indica Fernando.

É importante sempre deixar a mochila bem regulada. O apoio da mochila não deve ficar na região do quadril, mas sim até a coluna torácica (na altura das costelas), para evitar alterações na coluna lombar, quadril e joelhos, segundo recomenda o especialista.

As crianças pequenas demonstram preferência pelas mochilas com rodinhas, mas Fernando faz um alerta para os pais. “É importante lembrar que essas crianças muitas vezes terão obstáculos para passar, como escadas, desnível, entre outros. Nesse caso, a criança irá erguer essa mochila com apenas uma das mãos, ou com as duas mãos, mas girando e flexionando o corpo, promovendo mais alterações na coluna do que usando uma mochila de duas alças”, adverte.

As alterações causadas por esse fator são mais comuns nas três áreas da coluna: a cervical, a dorsal ou torácica e a lombar.

Os problemas causados são a hiperlordose cervical, que causa dores no pescoço e aumento da região de curvatura do pescoço; a cifose torácica, caracterizada pelas costas arqueadas, fadiga e rigidez na coluna vertebral; e a hiperlordose lombar, cujo principal sintoma é a dor no fundo das costas.

Para quem já tiver lesão na coluna, é importante procurar um ortopedista, que irá realizar exames para verificar qual o problema, para então encaminhar o paciente a um fisioterapeuta ou atividade física. “O fisioterapeuta também tem condições de avaliar quais as alterações e déficit na coluna, orientando e conduzindo para o melhor tratamento. Porém, se tiver uma alteração mais grave, tem que ir a um médico”, orienta o especialista.

Embora muitos colégios possuam medidas para evitar esse tipo de situação e busquem prevenir problemas de saúde ligados ao peso das mochilas, os pais devem procurar a escola caso achem que os filhos estão carregando peso demais.

O tênis certo
Para a realização da aula de Educação Física, é importante utilizar um tênis bom, de acordo com a necessidade da criança. A escolha incorreta de tênis pode prejudicar quadris, joelhos, tornozelos e pés.
Há três tipos de pé: o cavo – mais encurvado -; o plano, popularmente chamado de pé chato, e o pé normal. Os pais devem olhar o solado do calçado da criança e ver se há um desgaste igual ou se tem um lado mais gasto que o outro. Caso tenha, é importante que vá procurar a ajuda de um fisioterapeuta, que indicará o calçado mais adequado. “Para os pés normais, é indicado tênis leve, que promova amortecimento. Tênis no estilo All Star não é indicado para aula de Educação Física. Quanto mais anatômico, melhor”, finaliza.