Janeiro Branco alerta para o cuidado com a saúde mental. Cerca de 700 milhões de pessoas no mundo sofrem com algum tipo de transtorno mental, mas psicóloga explica que o acompanhamento não é só no caso de do
26/01/2016
O desenvolvimento e crescimento pessoal, como também o autoconhecimento, são processos que podem ser estimulados por um profissional de saúde. Ao contrário do que muitos pensam, esses psicólogos, terapeutas e psiquiatras não cuidam apenas de doenças ou transtornos, mas também podem auxiliar nessas etapas. Para divulgar o trabalho foi idealizada a campanha Janeiro Branco, em 2014, pelo psicólogo Leonardo Abrahão, que atualmente mora em 0Minas Gerais. O principal objetivo da campanha está na conscientização do cuidado e preocupação com a saúde mental das pessoas. Apesar de ser ainda uma campanha pequena, vários estados e Conselhos Regionais de Psicologia já aderiram a ela.
A psicóloga Angélica Neris conta que a falta de informação cultural faz com que haja menor procura por profissionais, como psicólogos e psiquiatras, ocasionadas pelo preconceito, já que vinculam a necessidade de um especialista a transtornos mentais. “Na verdade nós só vamos conseguir desvincular isso quando estivermos nas ruas, próximos da população, levando a Psicologia com uma linguagem mais simplista, acabar com a vergonha de ir até um psicólogo”, explica.
A escolha do mês e da cor da campanha possuem um significado. O mês de janeiro é sempre motivo de recomeço, estabelecimento de metas como, por exemplo, o início de uma vida saudável, estudos ou economia de dinheiro para o ano que está começando, sugerindo assim que a pessoa considere também um cuidado maior na administração de sentimentos, pensamentos, relacionamentos e comportamentos. A cor branca é a reunião de todas as cores, o início delas.
Angélica explica que a Psicologia hoje não está inclusa no cuidado com a qualidade de vida como está a academia e a nutrição, pertencendo a uma área buscada somente quando já está em estágios avançados de doenças mentais. “A área hoje é muito elitizada, muita gente acha que só faz terapia quem é rico ou quem realmente precisa. Alguns acreditam ainda que assumir a necessidade de uma ajuda especializada é demonstrar fraqueza, mas não é verdade. A sociedade hoje impede que as pessoas demonstrem os seus sentimentos e elas acabam se tornando reprimidas, devemos abrir os conceitos”, diz.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que ao redor do mundo cerca de 700 milhões de pessoas sofrem com algum tipo de transtorno mental, cerca de 13% do total de doenças registradas. O cuidado com a saúde mental não deixa ninguém isento de apresentar algum tipo de doença psicológica ao decorrer da vida, mas permitirá que as pessoas encontrem-se preparadas para enfrentar situações.
Setembro Amarelo
Organizado pela Associação Internacional de Prevenção ao Suicídio, a campanha tem como objetivo debater um tema que ainda é considerado um tabu pela sociedade. Com a marca de 800 mil suicídios ao ano no mundo, a meta da OMS é reduzir ao menos 10% da taxa até 2020. Angélica Neris conta que a população precisa estar ciente que o ato está envolto de alguns mitos, que muitas vezes impedem que a ajuda chegue a tempo. “A maioria das pessoas com ideias de morte comunica seus pensamentos ou intenções, dão sinais e até falam que querem morrer, dizem que não valem para nada. Algumas frases nos ajudam a ficar em alerta como “preferia estar morto”, “não posso fazer nada”, entre outras. Se estas frases estiverem acompanhadas de sentimentos de desesperança, desamparo, desespero ou depressão significa que é preciso investigar cuidadosamente o risco de suicídio”, explica.