23/11/2015
A Cocel já está enfeitando os postes da rede de energia elétrica, nas principais ruas da cidade; o comércio começa a apresentar as vitrines com predominância nas cores vermelha e branca, com o bom velhinho e sua inconfundível barba em destaque. As crianças já começam a apontar para as lojas, chamando a atenção das mães para os seus brinquedos favoritos. A vida, aparentemente, segue o seu curso na mais perfeita paz e harmonia. Mas falta, em toda esta ordem, um elemento importante, e sua ausência é capaz de transformar tudo em caos. Falta dinheiro no bolso do consumidor.
Sem os recursos e sem crédito, o trabalhador olha os dias que antecedem o Natal, com temor de não conseguir pagar suas contas e dar à sua família uma festa digna, com mesa farta e com o pé da Árvore de Natal cheio de presentes para as crianças. Alguns enxergam ainda mais dificuldades no final do ano e nos primeiros meses do ano que se vislumbra no horizonte. A crise econômica e política que o País atravessa, sem perspectivas de solução num curto prazo, é mais do que o suficiente para que todos tenham cautela com os gastos nesse período de festas.
A corrupção e a incompetência dos governantes, que destruíram as bases da nossa economia, que provocaram prejuízos inimagináveis às empresas, ainda continuará a produzir seus nefastos efeitos por meses, anos. Um cientista político, em recente entrevista a uma emissora de TV, disse que, se toda a corrupção cessar e se o governo implantar um regime de austeridade nos gastos públicos, o País ainda precisará de dez anos para se recuperar de todo o prejuízo sofrido até agora.
Mas como esperar? Como atravessar esse período sem dinheiro, sem emprego e sem esperança? A situação de algumas famílias, em especial, é muito mais séria. Desempregados, os trabalhadores se perguntam até quando poderão aguentar, até quando o pouco que resta do Fundo de Garantia e do Seguro Desemprego, vai sustentar sua família, vai garantir o pão e o leite sobre a mesa? E o pior, a tendência é que o número de desempregados continue subindo dia a dia, ampliando proporcionalmente o problema. O Governo, de um lado, estimula os trabalhadores a utilizarem os recursos da rescisão para abrir seus próprios negócios. Sabe que, de cada dez novos pequenos empreendimentos, somente um, dois, sobrevivem mais que cinco anos e se tornam empresas prósperas. É o mesmo que incentivar o cidadão a gastar todas as suas economias num jogo de loteria, onde sabe-se, só um, ou alguns, conseguirão ganhar. Resta sonhar, mas não apostar todas as fichas, com a Mega-Sena que, neste sábado sorteia mais de R$ 170 milhões, nas semanas seguintes mais R$ 35 milhões e, no final do ano, R$ 210 milhões.