16/11/2015
Em setembro deste ano o Hospital do Rocio foi credenciado para realizar transplante de órgãos, uma cirurgia de alta complexidade, que exige profissionais capacitados e grande estrutura hospitalar. Em todo o Paraná poucos hospitais são habilitados para transplantes.
Os diretores do Rocio, Dr. Luiz Ernesto Wendler e Dr. Carlos Müller, enfatizam que esta conquista foi possível não só pela qualidade técnica e de estrutura, mas principalmente pelo apoio que conseguiram em Campo Largo do Poder Executivo e Legislativo municipal.
Uma das exigências para conseguir o credenciamento era que o Município tivesse um centro de hemodiálise, como é o caso da Fundação Pró-Renal que atua na Clínica de Doenças Renais de Campo Largo, localizada no Hospital São Lucas. Mas, segundo explica o Dr. Luiz Ernesto, havia o risco de Campo Largo perder este centro de hemodiálise, por dificuldades financeiras. A Prefeitura de Araucária já havia oferecido para que a Fundação passasse a funcionar naquele município, com isenção de imposto e de aluguel.
Com um trabalho em conjunto foi possível que o Município continuasse com esse serviço. “Devo isso ao projeto do prefeito Affonso Guimarães [Projeto de Lei 39/14] e à aprovação dos vereadores na Câmara Municipal”, comenta Dr. Luiz Ernesto. O projeto isentou por mais um ano o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) referente à Lei Municipal nº 2456/2013 incidente sobre as receitas auferidas pelos prestadores de serviços ao Sistema Único de Saúde – SUS.
Questionado sobre como os campo-larguenses poderiam ser beneficiados com a estrutura em Campo Largo para receber o transplante, Dr. Luiz Ernesto comenta que existe uma lista de pacientes aguardando doação e que esta lista é estadual, não existe preferências. Por mais que o hospital no Município tenha este serviço, é preciso respeitar a lista. Mas ele comenta que os campo-larguenses podem contar com essa estrutura nos casos de doares vivos, pois neste caso não existe fila. “Uma pessoa que precisa de doação de rim, e o pai, por exemplo, tem um rim compatível, pode então sair da fila de espera e fazer o transplante. Tudo custeado pelo SUS. As pessoas envolvidas fazem declaração, assinam termo judicial e precisam cumprir alguns protocolos”, explica. Dr. Luiz Ernesto.
Atualmente estão sendo realizados no Rocio transplantes de rim, pâncreas e fígado, sendo que está em fase de aprovação o de coração. Neste início de trabalho já foram realizados dois transplantes de rim e um de fígado – três resultados de sucesso comemorados por toda equipe e os pacientes já tiveram alta.
Estão cadastrados em Campo Largo cinco pacientes que precisam de transplante de fígado e três que precisam de rim. Na lista da Central Estadual de Transplante, 1494 pacientes aguardam transplante de rim, 93 aguardam de fígado, 34 de rim e pâncreas, 16 de pâncreas e 43 de coração.