19/10/2015
A comparação pode até sofrer críticas, mas foi ouvida mais de uma vez de entrevistados e outros cidadãos campo-larguenses, pela Reportagem da Folha de Campo Largo, nos últimos dias. Há um ano parte da cidade foi praticamente destruída pela maior tempestade de granizo já verificada na região. O 17 de outubro de 2014 jamais será esquecido, como é o 11 de setembro pelos norte-americanos.
Nesta edição, a Folha faz um balanço de como a cidade se reconstruiu e como emergiu da tragédia. Como uma Fênix, que renasceu das cinzas, um ano depois Campo Largo, pode-se dizer, é uma nova cidade, renasceu mais moderna, mais forte e mais preparada para enfrentar as tempestades extremas que, nos últimos anos, parece terem se tornado comuns, na região.
Não estamos livres de uma nova chuva de granizo, na mesma intensidade e proporções da que atingiu a cidade no ano passado. Também não estamos livres de vendavais com 70, 100 e até mais de 120 quilômetros de velocidade, ou chuvas de grande intensidade. Mas há uma diferença entre a Campo Largo “antiga” e a “nova” cidade. Hoje, é muito grande o número de proprietários de veículos e de residências, que não tinham, e agora contrataram seguro para suas propriedades e os seus automóveis. É grande também o número de residências que, na reforma, ganharam telhas mais resistentes, de metal simples, do tipo “sanduíche” ou de concreto, que não garantem 100% de segurança contra vendavais, mas são bem mais resistentes ao granizo.
Embora ainda traumatizada pelo evento, a população aprendeu a se precaver. Até os estacionamentos de automóveis da cidade, cuja maioria antes não tinha abrigos ou tinham apenas abrigos com telhas de cimento-amianto, hoje são cobertos com telhas mais resistentes, alguns até com telhado de metal.
A cidade ganhou, também, a especialização em reparos de automóveis. Ainda hoje existem veículos que, danificados pela chuva de granizo, não foram reparados e devem ser reformados em breve. Mas as nossas oficinas já estão recebendo pedidos, algumas até com lista de espera, de outras cidades atingidas por chuvas de granizo mais recentes. Os chamados martelinhos de ouro, de Campo Largo, hoje são referência no Estado e, pelos registros constantes de chuvas de granizo, dos últimos meses, haverá serviço para eles, por muito tempo.
Que não tenhamos mais que dormir ao relento, debaixo de chuva ou sob lona, para se abrigar, mesmo que apenas por uma noite. Todos, poderes públicos, empresários e a população em geral, esperamos que o 17 de outubro de 2014 jamais se repita; que a Serra de São Luiz do Purunã continue a nos proteger.