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Opinião

Acabou o dinheiro para remédio de graça ao povo

Acabou o dinheiro para remédio de graça ao povo

05/10/2015

Uma das poucas iniciativas do Governo, que realmente atendia a população, a Rede Farmácia Popular, pode estar com os dias contados. O Governo zerou o dinheiro para o programa de descontos a partir do ano que vem. Com isso, o aumento do preço de vários remédios importantes pode se tornar insuportável, para a população. Pelo menos 24 remédios vão perder o desconto de 90%. São remédios para tratamento de várias doenças, como Colesterol, Parkinson e Osteoporose. Quem depende deles, não sabe o que vai fazer.

O responsável por essa tragédia, para os doentes, é o déficit nas contas do Governo. Os cortes no orçamento do Ministério da Saúde vão comprometer o programa no ano que vem. O projeto Orçamentário que está no Congresso não tem nenhum recurso previsto para manter os descontos na Farmácia Popular.  Resultado, tem aposentado que o valor da aposentadoria não será suficiente para comprar remédios e alimentos. Um dos dois terá que ser descartado, ou come, ou toma remédio.

O Ministério da Saúde informou que a proposta de Orçamento para o ano que vem prevê um corte de R$ 578 milhões no programa, o que vai ter impacto direto na oferta de remédios com desconto, que deixará de existir. Isso deverá sobrecarregar as redes municipais e estaduais de Saúde. Estados e municípios certamente terão que suprir esta deficiência do Governo Federal.

O governo explica, entretanto, que uma parte importante do Farmácia Popular não será atingida pelos cortes. Está mantida para o ano que vem a gratuidade para vários remédios que tratam hipertensão, diabetes e asma. Muitos doentes crônicos estão preocupados com a situação. Só para se ter uma ideia de quanto o fim deste programa pode pesar no orçamento das famílias, a caixa de um remédio usado no tratamento de colesteral alto, que dá para um mês, na Farmácia Popular sai por menos de R$ 2,00. Sem desconto esse medicamento custa, em média, R$ 70,00.

As farmácias que têm convênio com o programa também estão preocupadas porque recebem dinheiro do Governo para prestar o serviço e compensar os descontos.

A estratégia do Governo com esse corte, entretanto, pode se transformar num grande tiro no pé porque, sem os descontos, muita gente pode interromper tratamentos, os índices destas doenças vão aumentar, como também as internações, as despesa do Governo com os hospitais e, consequentemente, com a morte precoce de centenas, milhares de pacientes. Enquanto isso, os pacientes esperam. Parecem estar na situação de, se correr o bicho pega, se parar o bicho come.