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Opinião

Quem deve pagar a conta da incompetência?

Quem deve pagar a conta da incompetência?

10/09/2015

Fizeram o que bem entenderam com o nosso dinheiro, criaram ministérios, contrataram os companheiros para milhares de cargos comissionados, com gordos salários, deram subsídios para todos e para tudo. Parecia que a montanha de dinheiro, o nosso dinheiro, jamais acabaria. Passaram-se 12 anos, mas afinal o dinheiro acabou. E agora, de onde tirar mais dinheiro? Ah, cria-se aí mais um imposto e põe-se na conta do povo.
São R$ 30,5 bilhões de déficit, não é pouco, e parece que por debaixo da farofa ainda existe muita linguiça. Mas só o tempo mostrará o tamanho real do rombo nas contas públicas, causado pela corrupção e pela incompetência. Já não há, mais, como esconder que o País está quebrado. E como está acontecendo no Rio Grande do Sul, onde o Governo já não tem mais dinheiro nem para pagar a Folha do Funcionalismo Público, também pode acontecer em nível federal, em breve.
Quem deve pagar a conta? O trabalhador?  A tal CPMF, um imposto travestido de contribuição provisória, quase foi enfiado goela abaixo, do povo, na última semana. Recuaram, diante da gritaria geral, mas a tentativa de “derrama” vai voltar, novamente, embrulhada em papel dourado, para convocar o cidadão a se sacrificar, mais uma vez, em benefício da Nação.
Aumentaram os preços da energia elétrica, dos combustíveis, da água, do gás de cozinha. Aumentaram os preços dos alimentos, dos juros da casa própria, chega-se à exorbitantes 330% de juros, ao ano, se o cidadão precisar tomar algum dinheiro nos bancos, e esta é uma situação que ainda pode piorar. Porque para conter os custos, as empresas já estão demitindo, e muitas demitindo grandes percentuais dos trabalhadores. Nos supermercados, em média, 20 a 30% da mão-de-obra já se encontra em férias coletivas ou em processo de demissão. Nas grandes indústrias acontece o mesmo, e o círculo vicioso se instala. Sem emprego, o cidadão não consome, sem consumo, as indústrias demitem.
Um empresário do ramo comercial disse, esta semana, em Campo Largo, que faz três meses que não consegue vender, em números brutos, o suficiente para pagar o aluguel da loja e os salários dos funcionários. Tendo que demitir, para diminuir o tamanho do déficit, ele se surpreendeu, ao descobrir que a família de uma das funcionárias, que seria demitida, estava passando necessidades, porque o marido havia perdido o emprego há quatro meses, e não encontra outra colocação. Obrigado a rever sua decisão, ele lamenta que este é apenas um exemplo e que situações muito mais graves certamente estão acontecendo.