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Opinião

Cada vez mais sobra mês no fim do salário

Cada vez mais sobra mês no fim do salário

12/07/2015

O salário do trabalhador já não compra, hoje, o que comprava ontem. A classe média, que é responsável por quase 100% de tudo o que se produz no País, já está consumindo o pouco que tinha na poupança, para complementar a renda do mês. Descapitalizado, o brasileiro compra menos, com os olhos nas dificuldades que enxerga no horizonte. O resultado de todo esse movimento são os pátios das montadoras de veículos lotados, com queda nas vendas próximo dos 20%, supermercados vazios, demissões.

Sem vender, as indústrias começam a dar férias coletivas, esperando que a crise seja passageira. Não é. Passam a demitir. O Governo, numa reação aparentemente desesperada, lança mão do FAT - Fundos de Amparo ao Trabalhador, para subsidiar redução de jornada de trabalho, com consequente redução dos salários. Esquece, entretanto, que o FAT está falido, com rombo que já supera R$ 1,5 bilhão, visto que todos os recursos foram utilizados para financiar outras obras e ações do Governo, algumas das quais começaram e não terminaram, outras que não têm explicação.

O trabalhador já não compra mais, produtos alimentícios considerados supérfluos. Depois começa a reduzir o custo da cesta de alimentos considerados de primeira necessidade. A carne bovina, que nos anos áureos do Real voltou à mesa do brasileiro, hoje busca novos mercados, porque há muito deixamos de consumi-la, nas mesmas quantidades. Empobrecida, a mesa do trabalhador e da população mais carente já não conta com esta proteína. Chegou-se ao nivel de piada, quando o assunto é sério, de que o brasileiro deveria comer ovos. Mas até estes estão tão caros que muitas famílias não têm condições de comprá-los.

Enquanto nossa economia deixa de crescer e passa a encolher, nossos governantes nem ao menos discutem a possibilidade de redução do custo da máquina pública. Continuamos pagando salários exorbitantes para um fantástico exército de comissionados, em todos os níveis, que não trabalham, não produzem, e nem servem para nada. A máquina administrativa, inchada, continua com 39 ministérios, metade dos quais servem apenas como cabide de emprego para os companheiros de partido. Não se fala em cortes de despesas, apenas em suspensão de obras, em redução de investimentos em Educação, Saúde, Transportes. Continua, o Governo, culpando a crise internacional para justificar as dificuldades que enfrentamos aqui. Enquanto isso, o trablhador continua perdendo emprego, indústrias fechando e a economia encolhendo. Até quando?