06/07/2015
A Folha de Campo Largo vem, há anos, defendendo necessidade de construção de trincheiras nos locais de maior densidade populacional, ao longo do trecho Campo Largo-Curitiba, da BR-277. A travessia segura de automóveis, ônibus, motocicletas, bicicletas e caminhões, poderia evitar muitos acidentes e o resultado mais trágico deles, mortos e feridos.
O acidente trágico que causou a morte do policial militar Lucas Liça, no retorno do Guarani, na BR-277, na noite da última quarta-feira (01), por exemplo, é o tipo de notícia que ninguém gosta de dar. A vida que se foi, o futuro perdido, a família que fica sem amparo, sem a presença do seu ente-querido, a dor e a saudade.
Os acidentes não acontecem por acaso. Há, sim, sempre, um ou mais vetores que contribuem para que ele venha a existir. No caso da morte do soldado Lucas Liça, além das circunstâncias específicas do acidente em si, que deverão ser apurados pela perícia, há as variantes que poderiam fazer com que não acontecesse. E uma delas seria a existência de uma trincheira sob a rodovia, para permitir a transposição das pistas sem a necessidade de travessia, sem a exposição de pessoas ao risco de colisões ou atropelamentos.
Ao longo do trecho da BR-277, entre as duas cidades, existem pontos nos quais a construção de trincheiras é muito mais do que uma necessidade para o conforto dos usuários, é uma questão de vida ou morte. Todos os dias, centenas de pessoas se arriscam ao utilizar os poucos retornos que a rodovia oferece, nenhum deles suficientemente seguro para ninguém. Arriscam-se os usuários que moram ou trabalham ao longo das margens, arriscam-se os usuários da rodovia, que apenas passam, indo ou vindo.
Nos últimos anos, a concessionária da rodovia já fechou dezenas de acessos e retornos, ficando apenas alguns, considerados mais necessários. Há moradores de bairros próximos que reclamam terem que trafegar por mais de cinco quilômetros, para poderem acessar a pista no sentido contrário. Nos retornos que restaram, o perigo de acidentes se exacerbou, pela concentração e pela ampliação da densidade do tráfego da rodovia.
A morte do soldado Lucas Liça, como tantos outros acidentes, nesses locais, poderia ter sido evitada, se nossos governantes já tivessem colocado como prioridade a proteção à vida do cidadão. O término no contrato de concessão das rodovias está aí. É o momento certo para que a sociedade exija, dos governantes, mais atenção, mais segurança.