Mães devem cuidar da maturidade emocional dos filhos
06/05/2015
Por Danielli Artigas de Oliveira
Mesmo na vida moderna, em que são poucos os casos das mulheres que não trabalham fora, é preciso atenção quando se decide ter filho. Segundo a psicopedagoga Rita Maria Huber, a mãe sempre terá o papel de cuidadora e o pai é quem será o provedor.
A psicopedagoga explica que a partir do momento que o casal decide ter filhos, essa deve ser a prioridade desde então. Mesmo precisando trabalhar, a mãe deve conciliar a atividade com o papel de cuidadora e essa função não pode ser deixada de lado e nem terceirizada, porque isso terá consequências. “O ideal é que a mãe consiga trabalhar apenas no horário que o filho está na escola”, completa Rita.
Uma situação comum de acontecer é que quando os pais não têm tempo para os filhos acabam compensando com coisas materiais, são mais permissivos, não impõem uma rotina e não dão a atenção adequada, o que pode causar o desequilíbrio emocional do filho, pode fazer com que ele tenha comportamentos antissociais para chamar atenção, não saiba lidar com frustrações, ou pode tornar no futuro a pessoa mais dependente, entre outros.
Rita comenta que se não há uma dedicação para educar o filho, os pais, em vez de ensiná-lo a fazer algo, acabam fazendo por ele, o que vai estimular que uma criança de 07 anos, por exemplo, tenha comportamento de uma criança mais nova. “Uma criança de 07 anos pode se comportar como uma de 04 e querer só brincar, em vez de aprender, conforme sua idade.Na adolescência pode ser alguém que não sabe o que quer, porque sempre fizeram tudo por ele, nunca sofreu consequências quando não tomou iniciativa. A falta de autonomia da criança é prejudicial. Os pais deixam a criança como um bebê se fazem tudo por ela”, diz.
Regra, limite e rotina
A cada comportamento negativo a criança precisa ter uma consequência negativa, explica a psicopedagoga. Quando fizer algo errado, os pais podem, por exemplo, deixar a criança por dois dias sem fazer aquilo que ela mais gosta. “Se não impõe limites, pode se tornar um adolescente que não vai saber respeitar regras. Regra e limite são muito importantes”, enfatiza.
Rita diz que é muito importante que a criança tenha uma rotina, pois isso a ajuda a ser autônoma, não precisa ninguém falar que ela já sabe o que tem que fazer. “Crianças muito dependentes não prestam atenção na aula, por exemplo, porque acham que não têm necessidade, esperam que alguém faça por ela, e assim está sempre atrasada. Às vezes entendem que isso é porque a criança tem déficit de atenção, mas na verdade é falta de maturidade”, esclarece.
Outra orientação que Rita dá é para que os pais acompanhem sempre as tarefas da escola. Esse é um tempo que o pai ou mãe têm junto com o filho e ele vai valorizar esse tempo juntos, vai entender que aquilo é algo importante a se fazer, porque tem uma dedicação dos pais também. Se os pais não têm tempo nem paciência para as tarefas, provavelmente o filho vai agir desta forma também, não dará importância. “Dando regras claras, limite e amorosidade, com certeza os pais terão uma retribuição da criança”, declara Rita.
Os seis primeiros anos são essenciais
A educação da criança até os 06 anos de idade é essencial. “É nessa fase que acontece a maturidade neurológica”, explica. Toda a vida desse filho pode ter consequências positivas ou negativas de acordo com os primeiros anos de vida dele.
Aos 02 anos de idade a criança já tem uma compreensão maior para começar a comer sozinha. “Tudo é um treino para chegar à perfeição”, comenta Rita. Aos 04 anos já começa a compreender para colocar roupa sozinha, aos 06 anos já pode começar a arrumar a cama sozinha, organizar o quarto.
Tudo sempre com orientação da mãe, mas é importante que a criança aprenda a fazer sozinha. A psicopedagoga explica que ensinar exige paciência. Exemplifica que por ter pouco tempo muitas vezes os pais dão comida para a criança, pois ela, sozinha, demora e faz muita sujeira. Mas todo esse processo é importante para o aprendizado, para que a criança não fique tão dependente e aprenda a enfrentar os desafios. “Aprendizagem é um processo interno e depende deste trabalho da mãe”, orienta.