Endocrinologista explica benefícios e riscos da Terapia de Reposição Hormonal da Menopausa
04/05/2015
Reposição Hormonal da Menopausa é um tema que continua bastante polêmico no meio médico, e até mesmo por isso que ainda se discute se esta terapia vale ou não a pena ser feita. E, como de se esperar, muitas verdades, muitos mitos e muitas informações contraditórias circulam a esse respeito.
Todo esse período na vida da mulher é recheado de sintomas, dentre eles se destacam os fogachos (ondas de calor), sintomas depressivos e de cunho emocional, fadiga, irritabilidade, alteração cognitiva, perda de libido (interesse sexual), ganho de peso, alterações da pele e ressecamento vaginal, além de risco maior para osteoporose e doenças cardiovasculares.
Então, se tratando de algo natural na vida da mulher, mas com tantos sintomas, como definir quem deve fazer reposição ou não? Para responder a essa questão não muito simples, o ideal é individualizar caso por caso. Sobretudo, mulheres com os sintomas climatéricos citados anteriormente e aquelas com risco de osteoporose serão as maiores beneficiadas. Vale lembrar que os estudos provam também que quanto antes se inicia a terapia (idealmente entre os 50 e 59 anos de idade), melhores serão os resultados colhidos e menores os riscos de efeitos adversos.
Os maiores cuidados devem ser tomados com as contraindicações, como histórico de câncer de mama e endométrio, trombose venosa, doenças do fígado e sangramento vaginal sem causa definida. Mulheres fumantes e com doenças cardíacas tem que ser avaliadas com bastante cautela. O ideal também é sempre estimular os hábitos de vida saudáveis, como parada do tabagismo, atividade física regular, controle do peso, boa ingestão de alimentos naturais e ricos em cálcio, entre outros.
Os melhores resultados são obtidos com hormônios sintéticos ou naturais que se relacionam com os próprios hormônios femininos estrógeno e progesterona. São com estes hormônios (em especial o estrógeno), que a mulher apresentará melhor controle dos sintomas e melhor controle dos riscos relacionados ao período da menopausa.
A tibolona, um tipo de hormônio sintético que também é muito usado para este fim, parece ter efeito sobre sintomas de um modo geral, mas ainda assim é inferior ao tratamento com estrogênios. A vantagem de utilizá-lo existe principalmente nos casos de contraindicação ao uso da terapia padrão. E, apesar de atraente, não existem evidências científicas suficientes para indicar os fitoestrogênios (isoflavonas derivados da soja, por exemplo) para substituir a terapia hormonal.
Resumindo, com um bom acompanhamento médico, a maioria das mulheres que apresentarem indicação da terapia e esta for bem conduzida, colherá benefícios inquestionáveis e terá, com certeza, uma melhor qualidade de vida futura.
O que é
a menopausa?
Nada mais é do que a interrupção das menstruações que ocorre naturalmente na mulher em virtude da parada de produção de estrógeno e progesterona pelos ovários.
É definida como a data em que a mulher teve a última menstruação, que fez com que ela passasse do estado reprodutivo para o não reprodutivo. Normalmente esse período ocorre entre os 45 e 55 anos de idade, e todo o período de transição que ocorre com a queda dos hormônios e os sintomas relacionados a ele é definido como Climatério.
Devemos saber também que se trata de um período natural que não deve ser encarado como doença, salvo em situações de menopausa precoce que ocorre antes dos 40 anos ou em virtude de cirurgias ginecológicas.
Dr. André Fuck - Endocrinologista
Atendimento: Clínica Resnauer
Rua Oswaldo Cruz 1870, Campo Largo | (41) 3032-4012
Instituto Paulo Nassif | Rua Francisco Rocha 857, Batel/Curitiba | (41) 3026-0161