01/05/2015
As obras ainda estão pela metade, mas ninguém aguenta mais a demora, o trânsito congestionado e as dificuldades para transitar na BR-277 entre Campo Largo e Curitiba. A falta de uma via alternativa marginal à BR-277, que poderia solucionar esse e outros problemas futuros, continua na pauta de reivindicações dos campo-larguenses. Esta semana, a viagem entre as duas cidades, nos horários de maior movimento, chegou a superar uma hora. As reclamações se multiplicam.
Também quem utiliza o transporte coletivo sofre até mesmo na volta para casa, na pista sentido Norte, que não está em obras. Os ônibus demoram mais de uma hora para passar e, quando passam, um atrás do outro, todos lotados. Alguns nem param nos pontos, para o embarque, obrigando os trabalhadores a esperarem mais tempo, para tentar embarcar num ônibus mais vazio. Os motoristas e cobradores explicam, para os pasageiros, que o motivo da demora e da superlotação são as obras na pista sentido contrário. Demoram para ir para Curitiba e, consequentemente, demoram para voltar.
Não há solução.
O assunto foi debatido entre trabalhadores de uma grande empresa localizada na BR-277, que dependem do fluxo normal da rodovia para chegarem no horário, no trabalho. Muitos trabalhadores chegam atrasados, quase todos os dias, o que obriga o turno anterior a esticar o horário até à chegada dos substitutos, um transtorno para organizar a produção. Um líder sindical disse que esse é um assunto com o qual todos terão que conviver até o final das obras, mas que não deveria existir se as marginais da BR-277 fossem construídas. “Há espaço nas laterais das pistas, há a necessidade das obras, falta apenas vontade política”, disse ele, durante a reunião.
A necessidade de vias marginais no trecho entre Campo Largo e Curitiba já foi objeto de reivindicação em várias ocasiões, nos últimos anos, inclusive nas últimas campanhas eleitorais. Felizmente ainda não aconteceu nenhum acidente de proporções, com o fechamento prolongado da rodovia, o que deixaria a cidade de Campo Largo isolada de Curitiba. Não dá para imaginar as consequências de um acontecimento como este. A existência de vias marginais minimizaria os problemas de um desastre desta dimensão, mas é importante que a população, seus representantes políticos, as entidades de classe, empresários e trabalhadores se mobilizem para reivindicar essas obras, para que não sejamos pegos de surpresa, como se não soubessemos que um desastre poderia acontecer, a qualquer momento.