27/09/2014
Desarmados, cada vez mais reclusos em nossas próprias casas, cada vez mais cercados por muros altos, cercas eletrificadas, câmeras, trancas e cadeados. Assim vivem os cidadãos de bem, que pagam impostos elevados e não recebem do Estado, em contrapartida, a segurança a qual têm direito.
Abandonados à nossa própria sorte, nós, os cidadãos, só temos a nós mesmos para defendermos os nossos filhos, nossas famílias, da sanha de bandidos cada vez mais ousados, cada vez mais seguros de que sairão impunes de qualquer empreitada. Felizmente ainda não perdemos o instinto de sobrevivência e, mesmo sabendo que reagir é, estatisticamente, mais perigoso, reagimos.
Tivessem os cidadãos o direito de ter armas para defesa própria e dos seus familiares, menos bandidos ousariam invadir nossas casas, menor seria o número de assaltos a residências, crime que ultimamente se tornou comum na cidade.
Levou sorte a senhora que, ao ver os assaltantes dentro de sua casa e o esposo atracado a um deles, para defender a família, viu a arma do assaltante no chão e, instintivamente, a empunhou. A arma disparou e o projétil atingiu o peito do assaltante, tiro que certamente o deixou fora de ação e desnorteou os seus comparsas.
Tudo parece ter conspirado em favor da família, até mesmo a desconfiança dos vizinhos que tão logo notaram algo de anormal, acionaram a Polícia. A equipe chegou ao local a tempo de prender um dos suspeitos e ouvir o barulho do tiro, no andar superior. Ferido, o assaltante recebeu os primeiros socorros, mas não resistiu e faleceu ainda quando estava sendo atendido.
Toda esta ação nos faz sentir uma certa sensação de abandono, de impunidade. Sentimos que os valores parecem estar completamente invertidos em nossa sociedade. Algumas pessoas chegam ao cúmulo de defender os “coitados” dos bandidos, quando mortos em casos como esse, como se fossem vítimas da sociedade. Podem até ser, de certa forma, “vítimas”, mas existem centenas, milhares de jovens, que não tiveram nenhuma oportunidade na vida; que estudaram em escolas públicas, que até mesmo passaram fome, mas tiveram coragem, investiram em estudo, em uma profissão, e venceram na vida. Nada justifica a busca pelo dinheiro mais fácil, conseguido com o cano de um revólver, ameaçando, matando, espalhando o medo, a insegurança e o terror, na sociedade. Não é por aí.
O cidadão tem o direito natural de defender a sua família, a inviolabilidade do seu lar. Qualquer um de nós poderia estar no lugar deste casal, e talvez agiríamos da mesma forma, embora as autoridades e os “experts” em Segurança nos ensinem a não reagirmos numa situação como esta.