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Opinião

Demissões e férias começam a assustar

Demissões e férias começam a assustar

26/07/2014

Grande número de trabalhadores campo-larguenses perderam o emprego e começam a se assustar. Os pátios e depósitos das indústrias estão cheios de produtos acabados, a retração no mercado chega a 40% em alguns setores. Demissões sem justa causa, férias coletivas, acordos de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho), tudo isso mostra que a crise já se instalou e que  a manutenção dos postos de trabalho passa a ser a maior preocupação.

Apesar de termos como principal produto a louça e a cerâmica, Campo Largo também está inserido no restrito clube de cidades que têm grande parte da sua produção no pólo metal-mecânico. A retração no mercado de automóveis também  afeta diretamente o Município, no qual centenas de trabalhadores pertencem a esta categoria.

A crise que atinge as montadoras de automóveis em todo o País é, talvez, a maior dos últimos anos. Se obervarmos apenas os anúncios na mídia (TV, jornais, principalmente), vemos as ofertas cada vez mais tentadoras, com objetivo de atrair a atenção dos consumidores, para facilidades de crédito, juro zero, pacotes de bondades. Nada disso parece reaquecer um mercado que, por sua natureza, é a coluna de sustentação da economia brasileira. Se esse setor não vai bem, o resto acompanha, com um efeito dominó, onde uma peça derruba a outra, sucessivamente.

Temos, para somar a este cenário de dificuldades, os reajustes de preços controlados pelo Governo, como a energia elétrica, que já está aí, caindo no bolso do consumidor e dos combustíveis, que não tarda. A inflação de Julho e agosto deve mostrar os rumos que a nossa economia vai trilhar, nos meses seguintes. Se a tendência continuar de alta, poderemos ter um final de ano difícil, com preços em elevação, inflação ultrapassando o teto da meta oficial, desemprego e economia encolhendo, em vez de crescer.

O Governo parece já ter feito tudo para reverter o processo, desde à grande crise de 2008. O incentivo ao consumo apenas com a propaganda oficial, parece ter surtido algum efeito. Depois, as isenções ou redução da carga de impostos mostrou efeito similar, e o mercado conseguiu atravessar talvez o pior da crise. O problema é que os incentivos têm um limite e o consumo também. Bens duráveis, quem comprou já está abastecido (automóveis, eletrodomésticos, principalmente). E agora? Qual a saída, se as exportações estão em baixa e o mercado interno parece ter chegado ao seu limite?