05/07/2014
Há pouco mais de 40 anos, a união da família e os valores morais eram cultuados como virtudes, desde o berço. As crianças obedeciam os pais e em muitas famílias, elas eram proibidas até mesmo de participar da conversa entre adultos. Obedecia-se os mais velhos, havia respeito, hierarquia. Aprendia-se, desde cedo, que o nosso direito termina onde começa o do nosso semelhante. As leis eram obedecidas, cumpridas e temia-se errar, cometer crimes ou algum outro ilícito, mesmo leve, mesmo que inadvertidamente.
A revolução cultural dos anos 60 pode ter sido o divisor de águas entre um mundo onde, mesmo contra a vontade de alguns, se obedecia as leis e normas como condição para viver em sociedade. O final do século XX e início do século XXI, entretanto, mostrou uma sociedade aparentemente mais livre, sem muitas das restrições que o rígido modelo patriarcal, anterior, nos impunha. Começou com os hippies, no Festival de Woodstock, em agosto de 1969, onde se propôs a liberdade sexual e de certa forma liberou-se o uso de drogas entre os jovens.
A família perdeu poder, a mulher saiu de casa para trabalhar e as crianças ficaram em casa, quando não sozinhas ou sob a responsabilidade de um irmão ou irmã mais velha, mas ainda criança, adolescente, com vizinhos ou em uma creche pública. A educação doméstica das novas gerações foi relegada a um plano secundário. Esta revolução ainda não terminou. O que se criou, a partir dela, foi uma sociedade permissiva, laxista, que aceita o afrouxamento das leis e das regras morais e enxerga a violação dos direitos como algo comum.
A primeira “vitória” desta nova sociedade foi a liberdade sexual. Hoje já não se coloca como barreira para a prática sexual precoce, a idade e o casamento. Meninas e meninos de 12, 13 anos, estão se tornando pais e mães, as drogas caminham junto com a chegada das crianças à puberdade. E outras “vitórias” se multiplicaram, a partir desta. O tráfico de drogas, de armas, a corrupção, o enriquecimento ilícito, passaram a ser regra. Bandidos, condenados por crimes cada vez mais graves, recebem benefícios que antes não existiam. As leis se afrouxaram ao ponto de poucos ainda a observarem.
Parece que não vale mais à pena ser trabalhador honesto, pagador de impostos, cidadão consciente dos seus deveres para com a sociedade. Parece que burlar as leis, em benefício próprio ou de grupos, passou a ser a regra, não a exceção. Com toda esta frouxidão, não sabemos aonde iremos parar. Vivemos em numa sociedade cada vez mais laxista. E isso não pode ser bom.
