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Opinião

A inflação que dói no bolso do trabalhador

A inflação que dói no bolso do trabalhador

27/06/2014

Os índices oficiais parecem ignorar, mas o trabalhador já sente, no bolso, a inflação que o atinge diretamente, todos os dias, e que faz sobrar mês no fim do seu salário. Antes restrita a pequenas notas nos grandes jornais, a inflação vem crescendo em percentuais cada vez maiores e, ao mesmo tempo, passa a tomar mais espaço no noticiário. Há meses o Banco Central vem divulgando índices batendo o teto da meta, e já há economistas indicando que a inflação real pode estar sendo manipulada pelo Governo, na medida em que preços de tarifas estão sendo represadas, por questões políticas.
Alguns críticos anunciam que transporte coletivo, telefonia, energia elétrica, combustíveis, com índices superiores a 30% represados, podem explodir em 2015, projetando verdadeiro caos na Economia. Mas nem mesmo esta ameaça no horizonte preocupa o trabalhador. O que ele já sente, no bolso, é a inflação do dia-a-dia, principalmente aquela que experimenta cada vez que precisa ir ao supermercado. Leite, pão, carne, verduras, gêneros de primeira necessidade cujos preços flutuam, quase sempre para cima, livremente, fazem com que o trabalhador, no primeiro impacto reduza o consumo e num segundo momento, opte por não comprar um ou outro ítem, prejudicando a nutrição da família.
Acabar o dinheiro no bolso antes do terminar o mês, já está virando rotina na vida dos assalariados. O Vale Mercado, que varia de empresa para empresa em valor, mas está em média em torno de R$ 250,00, já não enche mais o carrinho do supermercado, como há seis meses, um ano. E o alimento que falta na mesa precisa ser comprado com dinheiro vivo, que sempre é retirado de outras prioridades de despesas, como lazer, vestuário e até de eventual poupança.
Nos últimos meses, as greves por reajustes salarias têm se tornado comuns, em todo o País. O trabalhador já não consegue mais manter, com o mesmo salário, o mesmo padrão de consumo que estava acostumado num período com inflação baixa. O medo de uma explosão inflacionária que se vislumbra no horizonte de 2015, talvez se torne um dos ítens mais importantes, na campanha eleitoral que se inicia. De um lado, os candidatos oposicionistas certamente apontarão falhas na condução da Economia brasileira, como responsáveis pela inflação, e culparão o Governo. Os governistas, por seu turno, precisam garantir, com argumentos sólidos, que a população não voltará a sofrer a corrosão provocada pela inflação sem controle, que nos acometia antes da implantação do Plano Real, porque ninguém merece viver novamente esse pesadelo do passado.