07/06/2014
Emprego existe. Campo Largo aparece na quinta posição, no Estado, em pesquisa nacional da Federação da Indústria do Rio de Janeiro - Firjan, na relação Emprego e Renda. Em nível nacional, o Município também saiu bem na fotografia, em 43º lugar. Isso é bom, e é ruim, na visão de empresários locais. Bom porque é o resultado da implantação de grandes indústrias, nos últimos dez anos, e o consequente desenvolvimento econômico que se seguiu e que vai continuar, apesar das crises nacionais e internacionais. Ruim porque, segundo os empresários, mostra um certo “apagão” de mão-de-obra qualificada, na cidade.
A relação é simples. Se o nível de desemprego é muito pequeno, a mão-de-obra necessariamente deverá vir de outras cidades, e até de outros estados. Mas esse formidável nível de oferta de vagas não significa que os campo-larguenses estão todos bem empregados. O trabalhador, graças à escassez de mão-de-obra, procura, escolhe a vaga que lhe parece melhor. O trabalhador, principalmente o chamado de chão de fábrica, troca de emprego por qualquer diferença salarial, às vezes mínima, ou porque levou uma bronca do supervisor, do chefe. Isso causa problemas para os empregadores, que são obrigados a conviver com a alta rotatividade, que hoje é observada em todos os setores.
Os departamentos de Recursos Humanos, das empresas, se veem com outro problema sério, provocado por esse “apagão” de mão-de-obra. Por qualquer motivo, uma dor de cabeça, ou o frio em excesso, muitos trabalhadores faltam o serviço. Um, dois dias depois, ele aparece para trabalhar, com um atestado médico, às vezes um documento de origem não muito confiável. Mesmo assim, e apesar das repetições, as empresas acabam aceitando o documento, para não ter que demitir mais um.
Hoje, as indústrias, principalmente, buscam mão-de-obra até em outras cidades. A recente onda de imigração de haitianos, em algumas empresas, tem resolvido a questão da falta de trabalhadores. Em Campo Largo calcula-se (não há números nem estatísticas oficiais), que mais de 60 haitianos já estão inseridos no mercado do trabalho formal. Muitos com boa formação escolar e qualificação profissional que, muitas vezes, falta a uma parcela dos trabalhadores locais. Por isso, a necessidade de investimentos na qualificação dos jovens vem sendo apontada pelos empresários da região, como saída para combater a falta de trabalhadores especializados, principalmente na Construção Civil, no Polo Cerâmico e de Porcelana, no Parque Moveleiro, nas indústrias Meltal Mecânicas e de peças de automóveis, e até nas indústrias de alimentos .