10/05/2014
Muito próximo do teto de 6,5% ao ano, a inflação já passa a ser a principal preocupação do Governo Federal e pode se tornar o tema central da campanha eleitoral cujo limiar já se avista no horizonte. A alta nos preços dos alimentos, da energia elétrica e em breve dos combustíveis, pode não se arrefecer nos próximos meses, trazendo o perigo da autoalimentação da inflação, “doença” que levou o País, nas décadas de 80, à hiperinflação. O Plano Real, que em 1994 pôs freio ao processo inflacionário e reequilibrou a Economia do País, está ameaçado pelo excesso de gastos públicos, por falhas na política macroeconômica e pela política equivocada de controle de preços de energia, combustíveis e medicamentos.
Há, ainda, fatores climáticos, que obrigam o uso de geração térmica de energia elétrica e causam transtornos na produção de alimentos. O trigo que estamos consumindo hoje, por exemplo, vem principalmente, do Canadá e dos Estados Unidos, quando antes vinha da Argentina. Esse é um dos motivos para a alta dos preços do pão, massas e biscoitos, ítens importantes na alimentação dos brasileiros.
Frutas e verduras tiveram alta, nos últimos meses, que chegam a 18, 20%, com picos de até 30% em alguns itens. O peso forte das tarifas de energia alétrica, que em alguns estados pode passar dos 30%, deverá marcar uma considerável alta dos índices inflacionários, nos próximos meses. O pior é que para 2015 os índices de reajuste deverão continuar elevados.
Vem aí, ainda, possivelmente até o final de maio, mais um reajuste dos combustíveis. Gasolina, Álcool e Diesel mais caros significa aumento de preços de fretes e, consequentemente, dos alimentos transportados de Norte a Sul, de Leste a Oeste, e vice-versa. Estamos, pelo que tudo indica, no mato sem cachorro. A situação é mais ou menos aquela na qual, se correr o bicho pega e se parar o bicho come.
A Copa do Mundo, pintada como um bom investimento para o País, e que será realizada em pouco mais de 30 dias, pode deixar um prejuízo astronômico. Os hotéis, que deveriam estar lotados, têm capacidade ociosa iguais ou maior que 50%. Os turistas não virão, como se esperava, por vários fatores, um dos quais o termor da violência fora dos estádios. O Brasil vem aparecendo quase que diariamente no noticiário internacional, como um país em conflito, onde a Polícia não consegue conter a criminalidade e a população sofre em meio a tiroteios, protestos violentos e insegurança.
Só depois da Copa voltaremos à realidade e à necessidade de enfrentarmos os reais problemas que afligem a Nação.