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Opinião

Ônibus grátis para os trabalhadores

Ônibus grátis para os trabalhadores

01/03/2014

Já existe a figura do Vale Transporte, em que o trabalhador paga apenas um percentual do valor da tarifa do transporte coletivo, e a empresa empregadora paga o resto. Já existe o subsídio pago pelo Governo Estadual para minimizar o impacto dos custos da tarifa, no bolso do trabalhador. Já existe o subsídio pago pelo Governo Federal, sobre o valor dos combustíveis. O que falta para juntar tudo, refazer os cálculos e liberar geral, com tarifa grátis para todos os usuários?

A atual guerra entre trabalhadores do transporte coletivo, empresas, Prefeitura e governo, não tem razão de existir. Os trabalhadores querem melhores salários e condições de trabalho. Têm direito. Os patrões querem aumento da tarifa, para manterem seus negócios rentáveis. Os governantes querem segurar os subsídios e reajustes das tarifas, para não penalizar toda a população. Enquanto cada um falar a sua própria língua, o problema não será solucionado.

Em 2013 os brasileiros “acordaram”, foram às ruas e quase iniciaram uma guerra civil, porque a tarifa do transporte coletivo foi reajustada em R$ 0,20. Mas não foi apenas pelos 20 centavos, a revolta popular, muitos outros fatores se somaram, ao longo dos anos, para explodir no movimento que seria apenas mais um, não fosse a truculência da reação policial. A revolta popular, que durou quase dois meses, pode acontecer outra vez, em 2014, se providências não forem tomadas agora, nesse final de fevereiro, mês no qual os salários dos trabalhadores da categoria, e as tarifas, são reajustados. É bom lembrar que os mesmos motivos que levaram às revoltas de 2013, continuam aí, infernizando a vida dos cidadãos brasileiros: inflação elevada, corrupção, incompetência do governo em resolver os problemas, somados ao mais recente, a absolvição dos mensaleiros. E tem um detalhe muito importante: 2014 é o ano da Copa do Mundo, e uma grande maioria da população continua inconformada com a construção dos megaestádios de futebol padrão Fifa, com dinheiro público, enquanto a Saúde, a Educação e a Segurança Pública, sem falar nos transportes, estradas, portos e aeroportos, que continuam precarizados, relegados a um terceiro ou quarto planos. Os governos precisam olhar para esse conjunto de fatores, que, se somados, podem provocar uma guerra.