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Opinião

Lição de casa e a hora de decidir entre certo e errado

Lição de casa e a hora de decidir entre certo e errado

01/02/2014

Os pais de crianças em fase escolar vivem, nesses dias, a difícil lição de casa, a hora de decidir entre o certo e o errado. O certo é pesquisar os preços para economizar, na hora de comprar o material escolar.

O errado é comprar seguindo apenas os apelos das crianças, por esta ou aquela capa, esta ou aquela marca. São duas lições distintas, que os pais devem passar às crianças, nesses dias. Uma é a de que não se deve comprar nada por impulso, por modismo ou simplesmente pela embalagem, pela aparência. A outra, e esta é provavelmente a mais relevante, é a de que nada se conquista sem sacrifícios, nada deve ser dado a uma criança apenas porque ela quer. É preciso que os pais dialoguem com seus filhos, sobre o querer e o poder, e sinalizem o limite entre a necessidade e o desejo, esse quase sempre ditado pela mídia, por modismo e por imposição do grupo social.

Num rápido tour pelas lojas especializadas em material escolar e supermercados, na cidade, é possível notar diferenças de preços que superam em muito os 100% em vários itens idênticos, apenas com a diferença de ilustração de capa (no casos de cadernos). Internamente o material é exatamente o mesmo, até a fábrica é a mesma, em alguns casos, mas o preço de um ilustrado é, sempre, muito maior do que o sem ilustração de marca na capa (personagens), ou com uma paisagem qualquer.

Satisfazer o desejo das crianças, nesse momento é, quase sempre, ruim. Não que não se deva, em dose homeopática, presenteá-la, por merecimento, com um ou dois itens desses mais cobiçados, mas que seja difícil, para ela (a criança), ter conseguido isso. Que ela tenha sido cobrada, por obediência ou que tenha dado algo em troca. A criança precisa perceber que o pai, ou a mãe, fizeram sacrifício para atendê-la, e lhe presenteou com aquele caderno tão desejado porque ela mereceu. Mas os demais ítens foram apenas os comuns, os mais em conta. Isso conta para a educação do filho. Ele cresce sabendo que as coisas custam, e custam caro. Que aquele caderno especial ou a mochila de marca valeu, por exemplo, a renúncia de um almoço de domingo, na churrascaria, ou aquele pizza numa noite quente. Agindo assim, estaremos construindo uma geração mais consciente, mais responsável, e com os pés no chão.