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Opinião

Nossa liberdade de andar pelo Calçadão

Nossa liberdade de andar pelo Calçadão

07/12/2013

A liberdade de ir e vir nos é garantida pela Constituição, mas nem sempre esse direito nos é facultado. O Calçadão da Rua XV, além das imperfeições do piso, nos reserva muitos outros obstáculos. Temos que dividir espaço com barracas, bicicletas, carrinhos com frutas à venda, toalhas esticadas no chão, cheias de produtos piratas, vendedores de perfumes de qualidade duvidosa, pomadas chinesas “milagrosas” made in Paraguai, e muitos outros produtos. Isso sem falar nos pipoqueiros, nos vendedores de rede do Nordeste, nas matilhas de cães vadios que infestam a cidade. Ciclistas sem noção passam em todas as direções, sem serem advertidos pelas autoridades policiais ou pela Guarda Municipal, com riscos de esbarrões e atropelamentos.

A Folha de Campo Largo tem dedicado, de tempos em tempos, espaço para matérias chamando a atenção para esses problemas no centro da cidade, calçadas esburacadas, espaços apertados entre tapumes e postes, e ambulantes nas calçadas. Mas entra ano sai ano e nehuma providência é tomada. O direito de ir e vir, aqui, parece não existir.

Nos últimos dias, para surpresa geral, entretanto, após uma reunião entre representantes da Fiscalização da Prefeitura Municipal, e o Conselho da Comunidade, o Calçadão parece ter passado por uma “limpeza” geral. Coincidência ou não, de uma hora para outra os camelôs desapareceram do Calçadão, ficando apenas alguns tradicionais, como as barracas de artesanato, os pipoqueiros e os cães vadios. Não é, ainda, o ideal, mas já dá uma aliviada na paisagem urbana da cidade. Todos sabem que essa “limpeza” não será definitiva. Ao afrouxarem, novamente, a fiscalização, e é quase certeza que vão afrouxar, eles certamente voltarão. Mas se a população continuar indignada, e continuar a cobrar das autoridades, direta ou indiretamente a permanência de fiscais nas ruas centrais da cidade, talvez tenhamos, nesse Natal, mais liberdade de ir e vir, nas ruas centrais e praças destinadas ao público.

Com o afastamento dos camelôs do centro da cidade, o comércio legal só tem a ganhar. Eles (os empresários), que pagam impostos, geram empregos e garantem a qualidade dos produtos que comercializam, são sempre os mais prejudicados, quando camelôs param em frente aos seus estabelecimentos e vendem mercadorias similares às suas, por preços muito mais competitivos, porque não pagam impostos e nem aluguel e, portanto, não têm custos, apenas lucros. Que a fiscalização continue trabalhando para a “limpeza” do centro da cidade.