19/10/2013
Acabamos de comemorar (se é que existe algum motivo para comemoração), o Dia do Professor. Em um passado não muito distante, quando a escola pública era melhor do que a particular, quando os garotos que estudavam na rede privada eram “zoados” pelos das escolas públicas com o bullying: “Papai Pagou Passou”, o professor era outra figura, diferente do que representa hoje. Era muito mais valorizado, tinha muito mais respeito dos alunos, do Governo e da sociedade.
Os tempos mudaram, os salários dos professores das escolas públicas ficaram defasados, as escolas perderam grandes mestres, que acabaram se transferindo para as escolas privadas, que pagam salários melhores. O resultado é uma escola pública ruim, que faz de conta que ensina e aluno que faz de conta que aprende. Chega na Faculdade, quando consegue chegar, sente a diferença de nível, a dificuldade de entender as matérias. E em geral recebe o diploma, mas não se sente com coragem de disputar, com medo de não passar num exame ou participar de um concurso.
Nossa escolas não têm, mais, o respeito da sociedade. Volta e meia, nas páginas policiais dos jornais, como nas desta edição, vemos notícias de escolas atacadas por vândalos, que entram, depredam, roubam equipamentos, alimentos, danificam tudo, e saem como se tivessem realizado uma boa ação. Não se importam com os danos que os alunos sofrerão. Furtos como esses, muitas vezes nem são investigados pela Polícia, parece que não vale à pena.
Uma pena, porque, ocorrências como estas, nos mostram a triste realidade que nossas escolas vivem. Outrora catedrais do conhecimento, centros de difusão do saber, de cultura, locais de encontro da comunidade, hoje meros prédios semi-abandonados, rotos, pichados, desprezados, sem valor.
A sociedade precisa acordar para a importância da escola, a importância do professor. Não dá mais, para um presidiário receber salários de quase mil reais, enquanto um professor ganha pouco mais de R$ 1.500,00. Não é possível pensarmos na formação de uma sociedade instruída, de profissionais competentes, se temos um sistema de ensino arcaico, obsoleto e medíocre. De nada adianta o Governo aumentar os recursos destinados à educação, se não temos escolas, laboratórios, salários dignos para os professores. Não podemos continuar apenas no discurso, enquanto muitas crianças não têm nem ao menos uma carteira onde sentar, em arremedos de escolas.