12/10/2013
Pela Constituição Brasileira somos um povo privilegiado. O Estado tem o dever de nos oferecer Segurança, Moradia, Saúde e Educação. E destacando apenas nesse último item, o cidadão brasileiro tem o direito constitucional de acesso à Educação, embora na prática não é bem assim que o Brasil funciona. Escolas até existem, apesar da má qualidade. Por isso quem pode paga escola particular, para que seu filho tenha melhores chances na disputa por melhores profissões e empregos.
O filho do trabalhador, em geral, é obrigado a frequentar uma escola sem estrutura ideal para a sua educação. Faltam infraestrutura, salas, laboratórios, quadras esportivas cobertas, equipamentos, computadores. Muitos estudantes não têm acesso a computadores nas escolas. Professores, em geral mal remunerados, muitas vezes figem que ensinam, e as crianças pouco aprendem. Há casos de falta de professores, principalmente de Matemática e Português, endêmicas, em algumas escolas. O problema se arrasta há décadas, e parece sem solução.
Existem exemplos, no mundo, de países que, destruídos por guerra se recuperaram e se tornaram potências, em apenas 20 anos, apenas investindo na Educação da nova geração. Vinte anos é o tempo necessários para se construir uma nova sociedade, baseando-se apenas na Educação de qualidade e em tempo integral. O Brasil parece não enxergar isso, parece não entender que necessitamos de mais e melhores escolas, de mais e melhores professores, e estes mais bem remunerados. E Educação tem que começar no berço.
Campo Largo tem 15 CMEIs (Centro Municipal de Educação Infantil), e três CEIs (Centro de Educação Infantil), instituições filantrópicas, conhecidas como creches (Mariinha, Anjo da Guarda e Lar Odila Portugal Castagnoli). Ao todo, são atendidas, nestas instituições, cerca de duas mil crianças, de seis meses a quatro anos de idade. Outras mil estão em casa, seus nomes em listas de espera, porque o poder público não consegue construir e manter CMEIs em número suficiente para atender à demanda.
Se não há espaço para nossas crianças, nas creches e nas escolas, o que podemos esperar das futuras gerações? Hoje os filhos já não mais obedecem os pais, não há respeito na relação pais e filhos, como havia antigamente. Sem família, sem escola e sem Deus, o que será da geração futura?