28/09/2013
Se um cidadão for construir uma casa de alto padrão, hoje, com uma área de mil metros quadrados, poderá até gastar R$ 1,5 milhão, não é um valor exagerado para o tamanho e o padrão do imóvel. Mas demorar quatro anos para terminar a obra é muito tempo, a não ser que ele, o cidadão, esteja trabalhando sozinho.
Pois bem, esse tipo de situação é muito comum em obras públicas no Brasil. Há obras que ficam até mais tempo, dez, 20 anos, e algumas que nunca terminam, nunca ficam prontas.
Em Campo Largo temos um exemplo no mínimo curioso, a Unidade de Pronto Atendimento - UPA II, que teve a construção iniciada em 2009 e, hoje, final de 2013, ainda está por terminar. O mais difícil foi feito, eles conseguiram levantar a obra física, mas faltou o resto, a calçada em volta, o gramado, os móveis e equipamentos para que o povo possa usufruir do serviço.
A coisa medonha se arrasta já há quase quatro anos, e parece sem solução. Recentemente a Administração Municipal solicitou à Câmara a transferência de mais R$ 400 mil, recursos de outra rubrica, para finalizar a obra. Houve alguma movimentação de máquinas, em seguida, mas parece que a coisa parou, novamente.
Os vereadores estiveram no local, verificaram a situação e chegaram à conclusão de que deve existir alguma irregularidade. Por isso foi proposta a instauração de uma CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito, instrumento que tem maior poder investigativo, com o objetivo de descobrir se os recursos públicos foram bem aplicados e por quê a UPA ainda não está funcionando.
Serão convocados os gestores da última Administração para prestar esclarecimentos. Os atuais também deverão ser convocados. Serão levantados documentos, comprovantes, responsabilidades. Auditores externos deverão estudar a questão, encontrar as falhas, se elas existirem, e com isso mais recursos públicos serão aplicados, para sabermos o que todos nós já sabemos: Nossos governantes, em todos os níveis, são incompetentes, e muitas vezes corruptos. Fingem que administram, torram os recursos dos impostos que nós pagamos, e não nos devolvem, em serviços, nem ao menos a metade do que arrecadam, talvez nem mesmo dez por cento dos trilhões de reais, que todos os anos somos obrigados a entregar, em impostos que nos roubam mais de 50% de tudo o que produzimos. Que Deus nos acuda!