14/09/2013

Há muito tempo Campo Largo não sofre, ou não sente, uma onda de violência tão grande. Assaltos, arrombamentos, assassinatos, execuções, tráfico de drogas, furtos e roubos de veículos fazem da cidade um lugar inseguro, perigoso. O cidadão tem medo de sair às ruas, principalmente à noite, porque sabe que pode ser vítima de assalto.

Há relato de moradores de bairros mais afastados do centro, que saem para trabalhar pela manhã e, quando voltam, à noite, encontram suas casas arrombadas. Os ladrões, a maioria usuários de drogas, que furtam e roubam para manter o vício, quando presos são rapidamente liberados e, antes mesmo de suas caras aparecerem nos jornais, já estão nas ruas novamente, cometendo os mesmos crimes, num ciclo interminável, ou que só termina com a morte deles.

A certeza de impunidade faz proliferar quadrilhas que ficam cada vez mais ousadas. A morte do policial Marcos Gogola, superintendente da DP de Campo Largo, num trágico resgate de preso, é o resultado da falta de segurança na cidade. Há anos o nosso contingente policial é praticamente o mesmo, cresce a população, aumenta o número de bandidos, e o número de policiais em serviço efetivo às vezes até diminui.

O xadrez da Delegacia de Polícia, que há 20 anos servia apenas para deter por alguns dias os suspeitos, virou presídio e hoje guarda mais de cem, numa área dimensionada para pouco mais de 20 pessoas.
Nos últimos dias, a sensação é de que a violência recrudesceu. Parece que os bandidos entenderam que a morte do policial deixou a área livre para eles atuarem. No último final de semana, bandidos fortemente armados invadiram uma residência, dominaram e aterrorizaram a família e fugiram levando dois veículos, joias, dinheiro e grande quantidade de objetos de valor. Esta ação ousada dos bandidos nos dá a sensação de que ninguém está seguro, nem mesmo dentro de casa.

Ao estacionarmos o veículo numa rua, não temos a certeza de que, ao voltarmos, o encontraremos. Estão furtando e roubando veículos em grande quantidade na cidade. A facilidade é tamanha que os marginais estão levando o produto dos furtos até em carretas.

A população está acuada, com medo, sem capacidade de reação. Chamar a Polícia adianta? Há policiais em número suficiente para atender a demanda? Onde está o Estado, que constitucionalmente tem a obrigação de nos proteger?