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Opinião

A tal da privacidade dos filhos, para quê?

A tal da privacidade dos filhos, para quê?

02/09/2013

Desde pequeno, o filho de hoje é educado com todos os seus direitos. Pode tudo, e os pais dão tudo, mesmo quando não podem. Dão balas e doces quando eles pedem, alimentos os mais sofisticados, roupas as mais caras, de marca, tênis caríssimos, celulares, notebooks, ipods, iphones, etc. Nunca são contrariados, os “reizinhos”, e nós achamos tudo isso bonitinho. Achamos que eles têm personalidade, sabem exigir os seus direitos.

A educação, como antigamente, com limites, com um castiguinho aqui, outro alí, nem pensar. Isso fere os direitos dos pequenos. Um puxão de orelha, uma palmada na bunda após uma desobediência, uma resposta atravessada? Isso não pode, é crime, de acordo com  o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Pois é, os pais não têm o direito de educar os seus filhos como foram educados, com respeito, disciplina e rigor. O resultado, são crianças e adolescentes que, sem limites, se tornam muitas vezes  mais exigentes do que o nível econômico da família, e passam a viver os seus grupos, na escola, na sociedade, Internet, na rua. Via de regra isso dilacera a autoridade dos pais e, quase sempre, precariza a educação e acontece o pior, a droga, a licenciosidade sexual e, invariavelmente, as páginas policiais dos jornais.

Nos últimos anos o percentual de jovens, de 15 a 25 anos, mortos em razão do uso indiscriminado de drogas, do tráfico de drogas, e da vida desregrada é, às vezes, 90% do total registrado em cada cidade, em cada região. A droga é apontada como a principal causa. Mas, não estaria, a causa, num nível anterior? Na Educação? Fossem esses jovens educados com rigor, com responsabilidade, e responsáveis pelos seus atos, desde à adolescência, 10, 11, 12 anos, com tarefas e deveres, entrariam nas drogas? Estariam mortos? Talvez não!
Essa reflexão é importante para discutirmos, nós, os pais, onde falhamos? Quando o seu filho se tranca no quarto, com o seu notebook, e você não tem o direito de saber com quem ele conversa nas redes sociais, porque estaria invadindo a sua privacidade, você está sendo pai ou mãe? Ou apenas um agente responsável por pagar as contas? O Governo tem o direito de ingerência na educação dos seus filhos? O tal ECA pode proibi-lo de educar o seu filho como você achar mais conveniente? Ou o mais conveniente é liberar geral, para ver o que vai dar? Com certeza não vai dar coisa boa. Pode você, desta maneira, estar educando um ser sem limites, sem escrupulos, sem ética. Você pode, desta forma, estar traçando um futuro não aconselhável para a sua prole. O limite deve ser um princípio do qual não se deve abrir mão.