03/08/2013
Em Campo Largo, o percentual de fossas, nos fundos das casas, uma tradição que remonta o início da colonização, ainda é muito elevado. Pouco se investiu em saneamento básico, no Município, ao longo da História. Bairros inteiros não são servidos por rede coletora de esgotos, um problema que aparentemente não interfere no dia a dia das pessoas, mas que, na realidade, pode ser causa de doenças graves.
Quanto maior é o índice de sanemento básico de uma região, tanto menor são os níveis de doenças infecto-contagiosas da população. O noticiário nacional dos últimos dias mostra o problema de Alagoas, onde a população enfrenta um grave surto de gastroenterite, devido à qualidade da água oferecida, sem cloro nas pontas das redes, um simples detalhe que faz a diferença entre a saúde e a doença.
Nesta semana, o governador Beto Richa veio à cidade, assinar as ordens de serviço para o reinício das obras de captação, tratamento e distribuição de água, e captação e tratamento de esgotos, além de obras novas. Quando estiverem concluídas, a cidade estará entre poucas, do País, que têm mais de 50% dos domicílios servidos por coleta e tratamento de esgotos. É pouco, ainda, mas são obras que já colocam o Município na elite das cidades com tratamento de esgotos. Teríamos condições de estar, hoje, com índices de 60, 80%, e chegarmos, com estas obras, a quase 100%. Mesmo assim, o Município só tem a agradecer ao governador que, em pouco mais de dois anos já investiu em saneamento básico no Município, muito mais do que fizeram todos os seus antecessores.
Nós, os cidadãos, pagamos pela água que consumimos e pelo esgoto que produzimos. Deveriam, as taxas que pagamos, serem utilizadas para a ampliação do sistema, até 100%. Mas isso não aconteceu ao longo das últimas décadas. A população não cobra, as autoridades fingem que o problema não existe, e o tempo vai passando.
Há uma certa cultura de que o saneamento básico não é problema urgente. Alguns políticos inclusive acreditam que não dá voto e, por isso, não investem no que “ficará enterrado”, no que não será visto como obra, pelos seus eleitores. Esta cultura é a principal responsável pelo atraso no qual nos encontramos, no que diz respeito a saneamento básico.
A hora, portanto, não é só de agradecermos ao governador Beto Richa, mas também de recuperarmos o tempo perdido, de exigirmos mais, dos nossos governantes. Direito nós temos.