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Saúde

Estados do Sul discutem estratégias para melhorar qualidade de alimentos

Estados do Sul discutem estratégias para melhorar qualidade de alimentos

22/05/2013

Fonte:AEN-PR

A criação de mecanismo para rastrear a procedência de frutas, verduras e legumes é tema do II Seminário Regional Sul do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para). O evento reúne, nesta terça e quarta-feira (21 e 22), em Curitiba, cerca de 300 gestores e profissionais da saúde, agricultura e meio ambiente dos três estados do Sul.

Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde do Paraná, Sezifredo Paz, o objetivo é elaborar estratégias para garantir maior segurança e qualidade dos alimentos vegetais vendidos no Brasil. “Os alimentos de exportação têm que seguir padrões rígidos de qualidade, algo que não ocorre da mesma forma para os produtos comercializados aqui. É preciso mudar esse conceito e exigirmos maior qualidade dos alimentos disponíveis no comércio brasileiro”, explicou.

Todos os estados fazem parte do Para nacional. O programa, criado em 2001, serve para avaliar os níveis de agrotóxicos presentes em alimentos de origem vegetal. Os dados do monitoramento permitem que os gestores tenham um panorama mais real das condições dos alimentos e intensifiquem as fiscalizações em determinados produtos ou regiões.

PROCEDÊNCIA – Para o representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Carlos Alexandre Gomes, o programa esbarra na dificuldade de descobrir a procedência dos produtos analisados e considerados irregulares, visto que as amostras são coletas no final da cadeia produtiva, ou seja, no supermercado.

“Hoje, só podemos identificar a procedência de 30% dos alimentos vegetais disponíveis ao consumidor. Desta forma, ficamos praticamente incapazes de responsabilizar o produtor que se utiliza de agrotóxicos proibidos ou em teor excessivo”, destacou Gomes.

Os agrotóxicos são prejudiciais ao meio ambiente e seus resíduos podem causar sérios danos à saúde do consumidor. Alguns componentes podem ser cancerígenos. A contaminação por agrotóxicos pode ocorrer de forma aguda, quando o alimento apresenta alto teor tóxico, ou de forma crônica, quando a pessoa é exposta a essas substâncias por diversas vezes em pequenas quantidades.

MONITORAMENTO - Segundo dados do Para estadual, em 2012, o morango, o alface e a uva foram os únicos alimentos que apresentaram amostras em desacordo com os padrões considerados aceitáveis no Paraná. Das 102 amostras coletadas na Central de Abastecimento (Ceasa) de Curitiba e propriedades rurais, 13 estavam irregulares.

O programa estadual também avaliou produtos como banana, berinjela, beterraba, brócolis, maçã, mamão, pepino e tomate. Nenhuma amostra desses alimentos foi considerada irregular. 

A partir deste ano, o Governo do Estado pretende ampliar o programa para mais três cidades, além de Curitiba. “Coletaremos amostras em mercados da região de Cascavel, Londrina e Maringá”, afirma o coordenador do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana.

RASTREABILIDADE – No Paraná, a implantação da rastreabilidade dos vegetais está bem adiantada e será modelo para País. As secretarias estaduais da Saúde e da Agricultura e do Abastecimento estão trabalhando em conjunto para estabelecer o sistema completo ainda este ano.

Uma consulta pública está em andamento para receber sugestões quanto à obrigatoriedade da rotulagem de todos os alimentos vegetais produzidos e comercializados no Paraná. A medida possibilitaria a identificação de informações gerais sobre produto, a empresa produtora, o lote, data de validade e peso líquido em todas as fases da cadeia produtiva.

No caso dos alimentos já embalados, a intenção é que haja também informações nutricionais e alertas como “este produto contém (ou não) glúten”. Já os produtos a granel deverão ser vendidos em gôndolas identificadas com o nome fantasia e a razão social do produtor, de forma a permitir visualização clara do consumidor.