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Opinião

Pouco para quem ganha, muito para quem paga

Pouco para quem ganha, muito para quem paga

03/05/2013

Com reajuste de 12,69% a partir 1º de Maio, o novo Salário Mínimo regional do Paraná, que tem quatro faixas e fica entre R$ 882,59 e R$ 1.018,94, é o maior do Brasil. Para quem paga é muito, um valor limite que força muitos patrões a pensar em dispensa de pessoal. Porque além do salário incidem na Folha outras despesas, que quase dobram o seu valor. Para quem recebe, entretanto, o valor continua sendo pouco, insuficiente para fazer frente às despesas fixas da família, como aluguel, água, luz, gás, alimentos, etc...

O assunto foi tema central nas comemorações do Dia do Trabalho, em todo o Estado, e deve permanecer por mais alguns dias nas mesas às quais se sentam patrões e empregados, para discutir salário. A maioria das categorias profissionais tem salário superior a essses pisos, mas trabalhadores domésticos, balconistas, vendedores e outros, muitos nem ao menos sabem da existência desse patamar, superior ao Mínimo nacional.

O impacto do novo Mínimo Regional, na economia, tem duas vertentes, uma é o peso na folha de pagamentos, que gera insatisfação para quem paga; a outra é o volume maior de dinheiro em circulação, que gera benefícios para o trabalhador, que aumenta o seu poder aquisitivo, e consome mais, e para os comerciantes, que recebem mais, porque vendem mais.

Esse desequilíbrio inicial, que acontece todos os anos, quando os salários são reajustados, tende a ser atenuado em dois, três meses, quando o Mercado se ajusta aos novos níveis. É uma “marola” positiva, que passa, mas até lá as reclamações, as reações, se fazem sentir.

É um bom assunto para se pensar, para se discutir. Afinal de contas, o Salário Mínimo é um valor justo ou injusto? O trabalhador é bem remunerado pelo seu trabalho ou deveria receber mais, o dobro talvez, como defendem alguns estudiosos do tema? O Governo deveria reduzir ao mínimo, os encargos sobre a folha de pagamentos, para proporcionar um aumento real nos salários? Não estaria aí, nos encargos da Folha de Pagamentos, o grande gargalo que impede a Economia brasileira de crescer em níveis chineses? Enquanto esta discussão prossegue, o trabalhador mais humilde continua carregando o peso de ter que viver com um salário que teima em terminar antes do final de cada mês.