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Opinião

Tomate e Cebola, só falta o Chuchu

Tomate e Cebola, só falta o Chuchu

12/04/2013

A salada nossa de cada dia ficou mais salgada, nas últimas semanas. O preço do Tomate foi às alturas e só nesta semana começou a cair. Mas enquanto o preço do Tomate cai, o da Cebola sobe, e sobe muito. Os mais antigos devem lembrar da época da inflação galopante, nas décadas de 70, 80, quando as frutas, verduras e legumes (como todo o resto) oscilavam de preço todos os dias, sempre para cima. Havia dia em que se comprava a um preço pela manhã e, à tarde, o mesmo produto já custava dez, 20% a mais. Naquela época, o Chuchu foi protagonista de um caso semelhante ao de hoje, do Tomate, foi o “vilão” da inflação. O Governo, naquela época, teve a cara-de-pau de vir a público dizer que a culpa de todas as mazelas era do pobre Chuchu.

Enquanto o Governo corre para apagar incêndios, reduzindo tributos de alguns produtos, incentivando alguns setores da Indústria, para tentar conter a inflação, a Lei da Oferta e da Procura, que rege o Mercado, produz episódios como este, do Tomate. O fenômeno é típíco da falta de organização da Economia, como acontecia na época da hiperinflação. O mais grave é a população se acostumar com casos assim, passando a aceitá-los como normais. Para quem viveu aquele período, dá medo, porque além dos preços subirem exorbitantemente, o descontrole da economia causa mais estragos, além de corroer os salários dos trabalhadores, causa desabastecimento, desemprego e, se não controlada, vira uma “bola de neve”, se autoalimentando.

Chegamos ao limite, o Governo precisa parar de correr atrás dos furos, e em vez de apenas tentar tapar os buracos, decidir já trocar a caixa d´água. Se deixar passar a oportunidade, logo a inflação, que chegou ao teto da meta, de 6,5% ao ano, poderá ficar fora de controle, atingir dois dígitos e, aí, só Fernando Henrique para consertar.

O Plano Real, lançado em 1994, corre sério risco de ser destruído, se o Governo continuar aplicando remédio para a febre, sem se preocupar em diagnosticar as causas da doença e tratá-las com remédio amargo, mas eficaz, o aumento dos juros. Manter artificialmente os juros no patamar atual  pode causar mais estragos do que benefícios para nós, os brasileiros.