22/02/2013
Medicamentos manipulados deverão ter bulas padronizadas
22/02/2013
Passará a valer no segundo semestre de 2013 a resolução SESA 62/2013 que regulamenta a Lei estadual 17.051/2012, que obriga farmácias de manipulação a fornecer bulas detalhadas com seus medicamentos. Durante estes próximos meses as empresas deverão se readequar.
A farmacêutica e bioquímica da Botica Erva Doce, Fabiana Küster, diz que a bula não deveria ser aberta ao leigo, pois quando começam a ler tudo que pode acontecer, as pessoas ficam assustadas. “Na bula é preciso escrever tudo que um medicamento pode causar, até mesmo se aconteceu em uma pessoa no mundo é levantada a possibilidade. São informações bem remotas. É como falar que um meteoro pode cair aqui”, enfatiza ela, explicando que esta situação pode levar a uma somatização, ou seja, o paciente pode ter queixas mas sem chegar a uma existência de patologia, sendo considerada uma queixa mais psicológica.
Ela acha importante e indispensável que a bula contenha as informações de conservação, cuidados, indicações e a forma de usar, “mas informações técnicas as pessoas não têm embasamento. O médico que receitou o remédio conhece a necessidade do paciente e o que será melhor para ele”, diz.
Os medicamentos manipulados são muito utilizados pela personalização, pois muitas vezes a dosagem indicada não é a que tem disponível por laboratórios; quando o médico receita uma combinação de medicamentos; há pessoas que têm dificuldade em tomar comprimido e então se faz o remédio em xarope. Além disso, o remédio manipulado tem um preço mais acessível, até mesmo porque nele não está embutido custo que os laboratórios têm com marketing.
Fabiana diz que em média a Botica faz dez mil fórmulas por mês, o que mostra a grande aceitação e necessidade dos medicamentos manipulados. Entre as fórmulas, muitas são dermatológicas, pois os médicos fazem as combinações de acordo com o que cada paciente precisa. Ainda com a manipulação é possível escolher um produto com ou sem perfume, com ou sem açúcar, conservante, entre outros.
Novas bulas
As bulas deverão estar separadas do medicamento e conter identificação do paciente e do fabricante, telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor, informações sobre como usar os medicamentos, cuidados necessários durante a gravidez e amamentação, o que fazer quando a pessoa esquece de tomar o medicamento, onde e como guardar o medicamento, o que fazer em caso de acidentes, além de outras frases de advertência e informações sobre reações indesejáveis e contraindicações.