12/11/2012
Ajuste entre demanda e serviços dos planos de saúde pode levar até cinco anos
12/11/2012
Fonte:R7.com
O equilíbrio entre a oferta e a demanda por serviços dos planos de saúde pode levar até cinco anos para se estabelecer, disse o presidente da Amil, Edson de Godoy Bueno, neste domingo (11) durante o 3º Fórum de Empreendedores promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), que se encerra hoje, seu terceiro dia, em Águas de São Pedro (SP).
Para ele, a entrada da UHG (UnitedHealth), operadora que comprou a Amil em outubro, deve acirrar a competitividade e busca de qualidade por parte das operadoras do setor.
Sobre as intervenções da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que proibiu a venda de 268 planos de 37 operadoras em julho e outros 301 planos administrados por 38 empresas em outubro, o presidente da Amil observou que o registro de queixas é importante para a busca de melhorias nos serviços por parte dos planos.— A pressão popular também impulsiona a qualidade nesse mercado.Mas enquanto o equilíbrio entre a oferta e a demanda por serviços dos planos de saúde não se estabelece, o executivo da empresa Assessoria de Serviços Médicos Tasleben, Maurício de Oliveira Menezes, aconselha o uso do próprio índice de reclamação como orientador no critério de escolha na hora de fechar um plano de saúde.
— O ideal é verificar a quantidade de queixas feitas sobre a operadora no próprio site da ANS. É comum constar no livreto de planos certos serviços que na verdade são cobrados. Às vezes, um convênio da classe C ou D não atende metade do que está mencionado no plano.
O especialista explica que isso acontece porque determinado hospital pode estar credenciado para atender planos mais caros, e o representante de vendas da operadora pode omitir essa informação na hora da consultoria.
— O médico pode também ficar insatisfeito com o convênio e interromper o atendimento. Por isso, é recomendável telefonar para o hospital de preferência e perguntar se o convênio ainda é vigente.
Godoy Bueno vê a chegada da UnitedHealth ao mercado brasileiro, no entanto, como um fator que vai contribuir positivamente na relação entre operadoras e médicos.— Ela (United) vai acirrar a competitividade entre as operadoras de planos de saúde por conta de sua qualidade, incentivando também a melhora do tipo de serviço oferecido no mercado, por meio de uma relação mais estável com os profissionais da saúde.
O controle da Amil foi adquirido pela UHG em outubro por R$ 6,5 bilhões — a maior internação de capital estrangeiro feita em 2012.
— Ela é maior que a segunda, a terceira e a quarta maior dos Estados Unidos juntas.No sentido de ser a United no Brasil, a relação entre planos e médicos vai melhorar. O mercado de planos de saúde está ótimo, mas o ajuste levará cerca de cinco anos.
Hoje, cerca de 50 milhões de brasileiros têm plano médico.
Aquisição
A compra da Amil pela americana UnitedHealth coroou um ano recorde em aquisições de empresas brasileiras por grupos estrangeiros. Segundo levantamento da PwC (PricewaterhouseCoopers), empresa de auditoria e consultoria, a quantidade de aquisições de empresas nacionais por estrangeiros dobrou desde 2006 pelo menos até agosto.
Mas o romance entre a Amil e a UHG começou há três anos, já que a compra da Amil, aos olhos da operadora norte-americana, seria a oportunidade se inserir num mercado com alto potencial de crescimento no Brasil pelo fato da brasileira ser a maior operadora do País, com 5,9 milhões de clientes.
Ainda que hospitais sejam considerados serviços essenciais pelo governo e por isso não podem ser controlados por estrangeiros, a compra foi aprovada pela ANS por constituir o que os reguladores desse mercado enxergam como "aquisição vertical", e, portanto, uma aquisição de serviços em saúde e não a compra de hospitais.
A Amil também é a empresa de saúde com a maior Rede Credenciada do País, abrangendo mais de 3.300 hospitais, 54.900 consultórios e clínicas médicas e 11.700 laboratórios e centros de diagnóstico de imagens.