21/09/2012
A estenose aórtica é a uma das doenças mais comuns das válvulas do coração no mundo. Sua prevalência aumenta com a idade, e devido ao envelhecimento da população, os médicos cardiologistas estimam que de 2% a 4% das pessoas acima de 65 anos venham a desenvolver o problema. Muito comum na terceira idade, a estenose aórtica pode ser confundida com outras doenças, por ter sintomas como fadiga, dificuldade em respirar e desmaios, e nem sempre apresentar dor no peito num primeiro momento. Por isso, é importante ficar atento e fazer exames periódicos, pois, o problema é grave e pode levar à morte em pouco tempo.
Segundo a cirurgiã-cardíaca Andréa Dumsch de Aragón, do Centro de Referência de Válvulas Cardíacas do Paraná, essa doença estreita a válvula aórtica do coração e dificulta a passagem do sangue. Ela explica que o tratamento indicado é a substituição da válvula doente por uma prótese, que permite ao sangue voltar a circular pela válvula normalmente. Entretanto, até bem pouco tempo, muitas pessoas não podiam fazer essa troca, pois, o risco de morrer na cirurgia era muito alto.
A boa notícia é que um tipo de cirurgia bem menos invasiva está trazendo bons resultados àquelas pessoas que não podiam ser submetidas ao procedimento convencional. “Ela tem a mesma função, que é trocar a válvula doente por uma nova, e trazer uma melhor qualidade de vida para a pessoa acometida pela doença. Porém, é realizada de forma bem mais rápida e com bem menos riscos para o paciente. Aqui no Paraná, já há resultados positivos”, diz a cirurgiã-cardíaca.
A médica se refere a seu Antônio Amilton Sampaio (65), que fez parte de uma pesquisa clínica e se submeteu à cirurgia em fevereiro do ano passado, na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba. “Com a cirurgia transapical, como chamamos, trocamos a válvula aórtica doente do seu Antônio por uma nova. Implantamos uma prótese artificial, que imita a válvula natural, e permite ao sangue voltar a circular normalmente”, explica a cardiologista Andréa de Aragón, que foi responsável pela cirurgia.
Seu Antonio faz parte de um grupo de risco formado por 25% dos pacientes que sofrem de estenose aórtica, composto em geral por pessoas idosas e que além desse tipo de problema cardíaco possuem outros multifuncionais. Ele já havia passado por duas cirurgias do coração e tinha problemas graves associados ao pulmão e ao rim, o que complicava ainda mais o seu quadro de saúde. As idas e vindas do hospital tornaram-se uma constante em sua vida, já que ele foi internado inúmeras vezes num prazo de dois anos, até aparecer a possibilidade de se submeter a esse novo procedimento. Hoje, ele leva uma vida normal.
De acordo com a cardiologista, essa inovação médica representa um grande avanço da ciência para oferecer maior qualidade de vida aos pacientes que sofrem com a doença. No Brasil, a técnica começou a ser utilizada em 2007, mas, em apenas alguns centros, como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Como é a cirurgia transapical
Bem menos agressiva, na cirurgia transapical não é necessário serrar o osso do peito, o que diminui o corte de 25 cm feito em uma cirurgia convencional para 6 cm. Também não é necessário parar o coração. “Além disso, o procedimento leva em torno de uma hora, e o paciente sai da sala de cirurgia conversando, enquanto que o tempo médio da cirurgia convencional é de três horas e o paciente sai da sala desacordado”, esclarece a cardiologista. A válvula aórtica artificial é implantada no paciente por meio de um cateter (tubo fino e flexível), via femural ou pela ponta do coração.
Causas da estenose
As causas de estenose, (abertura incompleta ) da válvula aórtica estão ligadas à doença reumática, congênita ou degenerativa, que acomete pessoas mais velhas. Estima-se que de 2% a 4% das pessoas acima de 65 anos venham a desenvolver este tipo de problema.
Centro de Referência
A equipe de médicos que realizou em seu Antonio a troca da válvula faz parte do Centro de Referência de Válvulas Cardíacas do Paraná, que é pioneiro também em outros procedimentos valvares, tais como: substituição ou implante de válvulas pelo método Convencional, de Ross e por Homoenxerto. Também realiza plastia das válvulas cardíacas, além de cirurgias com pequenos cortes, chamadas de minimamente invasivas.
O Centro é formado por uma equipe multidisciplinar, como médicos cirurgiões, pesquisadores e estudiosos. Tal constituição permite a esses profissionais fazer uso de vídeo e das mais avançadas técnicas de mercado para o tratamento das doenças do coração.
Mais informações: www.cardiovalvula.com.br