24/08/2012
A população de Campo Largo há muitos anos reclama da falta d’água. Nos bairros mais distantes do Centro, principalmente nos localizados nas regiões mais elevadas, a água muitas vezes só chega à noite, quando todo o resto da cidade já está abastecida. O problema vem sendo mitigado pela Sanepar, com ajustes aqui e ali, mas nas épocas de estiagem, o problema sempre reaparece. Estamos consumindo mais do que a capacidade da empresa de fornecer água tratada, mais do que a Natureza pode repor (pelo menos a Natureza em nossa volta). Consumimos e desperdiçamos muito e, por isso, corremos o risco de escassez do produto.
Felizmente, depois de muita luta, a Sanepar conseguiu recursos junto ao BNDES e tirou da gaveta talvez um dos últimos projetos capaz de aproveitar a água de superfície para o abastecimento da população, a água da represa do Rio Verde, construída pela Petrobras há quase 40 anos. A empresa pretende captar 320 litros por segundo, daquele represa, a partir de 2015, garantindo, assim, o abastecimento da população até o ano de 2027, quando seremos mais de 150 mil habitantes no Município. A partir daí, de 2027, só Deus sabe, a água poderá se tornar um produto tão caro que só os mais abastados poderão ter acesso a ela, nos volumes que temos hoje.
É preciso que, desde já, autoridades e a população em geral comecem a se preocupar com esse assunto. Nossos descendentes correm o sério risco de ter que ir buscar água muito distante, talvez no Aquífero Guarani, 50 quilômetros distante daqui, ou no Rio Iguaçu, cujas águas, em 2027, poderão estar mais poluídas do que as do Rio Tietê (SP), hoje.
É preciso que o uso da água potável seja mais racional, que as futuras gerações aproveitem melhor esse recurso natural que a cada ano se tornará mais escasso e mais caro. Nossas crianças precisam ser orientadas a preservar mais o meio ambiente, a produzir menos lixo, a não poluir os nossos recursos hídricos, as nossas bacias hidrográficas.
Esse assunto poderia estar sendo discutido hoje, na campanha política de Campo Largo, porque se não nos preocuparmos agora, amanhã poderá ser muito tarde.