03/08/2012
Os caminhoneiros quase pararam o Brasil, no início da semana. Por pouco, os piquetes em seis estados, em dezenas de estradas, não se tornou greve geral da categoria, em todo o País. Eles queriam, e conseguiram, que o Governo revisse as medidas que tomou, exigindo descanso obrigatório a cada quatro horas de trabalho. “Não temos onde parar”, disseram os caminhoneiros que temem serem obrigados a dormir nas margens das rodovias, porque certamente serão vítimas de assaltos e outros crimes.
O Governo recuou, mas apenas para conversar, para interagir com a categoria. Em nenhum momento foi falado sobre um recuo para mudar o que já foi definido. O Governo parece apenas ter dado um tempo para evitar que os caminhoneiros parassem o País. E vão parar, se o Governo não resolver, primeiramente, os problemas de infraestrutura, construir áreas seguras, a cada 100 quilômetros, para que os caminhoneiros tenham apoio, área ampla para descanso, com toda a segurança e condições de higiene necessárias.
Parece que a greve dos caminhoneiros apenas foi adiada. Se não houver um trabalho sério, de atenção à categoria, de cima para baixo é que as medidas governamentais não serão implementadas. O movimento do início da semana foi apenas uma amostra do que os caminhoneiros são capazes, se mexerem com o ganha-pão deles.
Já foi dito que os caminhoneiros carregam o Brasil nas costas. Eles enfrentam tudo, desde rodovias sem a menor infraestrutura, cheias de buracos, sem sinalização, e até assaltantes que estão à espreita, em cada curva, de olho nas cargas, nos veículos e no dinheiro que os caminhoneiros transportam. Muitos já morreram, simplesmente porque tinham dinheiro, e os assaltantes, a maioria deles, jamais foram identificados ou presos.
Um sindicalista da classe disse que o Governo, em vez de impor normas, deveria melhorar as estradas, construir locais de parada, para os caminhoneiros, melhorar a segurança. Lembra que nem nos postos de combustíveis eles podem parar. E pergunta: Onde estão os milhões que geramos em impostos, taxas e em pedágio?