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Saúde

Hepatites

28/07/2012

Rede pública de saúde oferece teste rápido para detecção de hepatites virais

Hepatites

28/07/2012

Fonte:AEN-PR

Os 35 centros de testagem e acompanhamento (CTA) da Secretaria da Saúde já têm disponível o teste rápido para hepatites virais, que detecta o vírus em 20 minutos e com apenas algumas gotas de sangue. O novo serviço foi anunciado pelo secretário da Saúde, Michele Caputo Neto, na quinta-feira (26), Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais B e C. Embora os centros estejam distribuídos por todo o Paraná, a intenção da secretaria é oferecer o teste também em unidades básicas de saúde, depois de capacitar as equipes da atenção básica dos municípios.

O teste rápido é uma das estratégias da Secretaria da Saúde para fortalecer o enfrentamento da hepatite no Paraná. “Ele facilita o diagnóstico precoce da doença, que muitas vezes não manifesta sintomas e só é identificada quando o paciente já está com quadro clínico grave”, explicou Caputo Neto. Caso o resultado seja positivo, a pessoa é encaminhada a um serviço de saúde para realizar exames complementares e iniciar o tratamento, se necessário.

O tratamento da hepatite está disponível na rede pública de saúde e deve ser iniciado o mais rapidamente possível para aumentar as chances de cura em determinados tipos e diminuir os riscos de agravamento. Além do custeio dos serviços ambulatoriais, exames e medicamentos distribuídos, o governo estadual praticamente zerou a fila de espera por biópsias no Paraná.

“Temos consciência de que podemos enfrentar uma epidemia silenciosa de hepatite. Por isso estamos construindo uma rede de atenção ao portador crônico de hepatites virais, que vai oferecer tratamento qualificado mais perto da casa do paciente”, afirmou o secretário.

Quando a doença já está em estágio avançado, a única alternativa é o transplante de fígado. Somente no primeiro semestre, foram realizados 45 transplantes de fígado no Estado, 44% mais do que no mesmo período de 2011.

VACINAÇÃO – Segundo Marcelo Freitas, representante do Ministério da Saúde, a estratégia do Paraná está em consonância com o recomendado pelo governo federal. “A vacina contra a hepatite B é oferecida em três doses durante todo o ano nas unidades básicas de saúde. Contudo, a cobertura vacinal ainda não está satisfatória, principalmente em relação aos adultos jovens”, disse.

No Paraná, mais de 4,5 milhões de pessoas já foram vacinadas, o que corresponde a 91% do público alvo. A Secretaria alerta que é preciso tomar a terceira dose para que imunização seja assegurada. Desde o ano passado, foi ampliada para 29 anos a faixa etária das pessoas que têm direito a receber a vacina. O Paraná foi o primeiro Estado a adotar esta medida e já aplica a vacina para o novo grupo desde 2010.

Dados do Programa Estadual de Controle das Hepatites Virais mostram que desde início da vacinação das crianças, a incidência da doença nessa faixa etária caiu gradativamente. “Mesmo com a vacina, os profissionais de saúde devem se manter vigilantes para identificar casos suspeitos de hepatite já na atenção básica”, alertou o coordenador do programa estadual de Controle das Hepatites Virais, Renato Lopes.

DOENÇA – A hepatite A pode ser adquirida pela água ou alimentos contaminados, mãos mal-lavadas ou sujas de fezes e por objetos contaminados. Os sintomas da hepatite A são icterícia, fezes esbranquiçadas, urina escura, enjoo, vômitos, perda de apetite, mal-estar, fraqueza, febre e dor abdominal.

A transmissão da hepatite B ocorre pela relação sexual sem o uso de preservativos, pelo sangue contaminado e também de mãe para o filho no momento do parto (transmissão vertical). Este tipo de hepatite é uma das maiores causas de câncer de fígado. Para a hepatite B existe vacina no Sistema Único de Saúde. A vacinação está disponível para todas as crianças desde o nascimento, adolescentes e adultos até 29 anos.

Para a hepatite C, ainda não existe vacina. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a doença cresce cinco vezes mais que a aids. A principal forma de transmissão da hepatite C ocorre pelo compartilhamento de seringas e outros materiais com sangue contaminado, como alicates de unha, agulhas de tatuagem, lâminas de barbear, escovas de dente, materiais para colocação de piercing.

CASOS – No Paraná, desde 2007, 15.297 pessoas já foram diagnosticadas com a doença. Foram 2.949 casos de hepatite A, 7.842 de hepatite B e 4.506 do vírus C.

A região sudoeste se destaca pelo grande número de casos de hepatite B. Ainda não há explicação técnica sobre a alta incidência nesta região. A Secretaria da Saúde vai promover um estudo em conjunto com sociedades médicas para avaliar a situação.

Já em relação à hepatite C, o número de casos é maior em grandes centros, como Curitiba e região, Litoral, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu, possivelmente devido à maior utilização de drogas nestes centros. Um grupo bastante afetado pela infecção pelo vírus da hepatite C é o de pessoas que receberam transfusão sanguínea em anos anteriores a 1994. Nesta época ainda não havia diagnóstico para este vírus da doença e muitos podem ter a doença e não saber.

Leia no arquivo anexo onde estão localizados os CTAs que dispõem do teste rápido

BOX – Grupos prioritários da vacinação contra a Hepatite B:

· Pessoas de até 29 anos de idade;

· Vítimas de abuso sexual;

· Vítimas de acidentes com material biológico positivo ou fortemente suspeito de infecção por vírus da Hepatite B;

· Convívio domiciliar contínuos com pessoas portadoras de vírus da Hepatite B;

· Profissionais do sexo e portadores de DST, HIV/AIDS;

· Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT);

· Usuários de drogas injetáveis/inaláveis e pipadas;

· Carcereiros, presidiários e reclusos;

· Coletores de lixo hospitalar e domiciliar;

· Caminhoneiros;

· Bombeiros, policiais e forças armadas;

· Manicure e podólogo;

· Profissionais da saúde;

· Populações indígenas;

· Populações de assentamentos e acampamentos;

· Doadores de sangue, órgãos e medula óssea;

· Transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea;

· Potenciais receptores de múltiplas transfusões ou politransfundidos;

· Hepatopatias crônicas e portadores de Hepatite C;

· Nefropatias crônicas, dialisados e síndrome nefrótica;

· Asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas;

· Fibrose cística (mucoviscidose);

· Doença de depósito e doenças do sangue (hemofílicos, talassêmicos, anemia falciforme);

· Imunodeprimidos;

· Gestantes após o primeiro trimestre de gestação.