20/07/2012
Se fosse numa cidadezinha do Velho Oeste norte-americano, ou no Cafundó do Judas, no interior do Brasil, até se entenderia, mas nunca em uma cidade com mais de 100 mil habitantes, numa das regiões metropolitanas mais desenvolvidas do Brasil, como a de Curitiba. Não em Campo Largo, uma das cidades de menor índice de criminalidade da região, e onde a Lei é, sempre, cumprida, custe o que custar.
Pois bem, foi aqui que aconteceu um dos casos que pode ser considerado o mais escabroso da história recente da nossa cidade. O corpo de um homem, morto em Maringá, em 1998, estava sepultado no nosso Cemitério Municipal, com uma faca cravada no crânio. O absurdo só foi descoberto porque a família precisava sepultar outro corpo, o da mãe do caminhoneiro sepultado há mais de 14 anos. O acaso levou os irmãos do caminhoneiro a descobrir o estranho caso. A gaveta do túmulo que deveria ser aberta era de outro membro da famíilia, morto há mais tempo, mas por um erro do pessoal que executava o serviço, foi aberta a gaveta na qual estava o corpo do caminhoneiro.
O achado macabro, a faca cravada no crânio, deixou perplexos a todos. Ninguém consegue imaginar, como e por quê o corpo foi sepultado desta forma, e o que é pior, com informações de que, por ter sido carbonizado, ninguém poderia abrir o caixão.
O assunto poderia permanecer sem conhecimento do público, e dos familiares do caminhoneiro, por mais alguns anos, até que a família necessitasse do espaço da gaveta, para sepultar outro dos seus membros. Mas aconteceu assim, por coincidência ou obra do acaso, se é que a coincidência ou o acaso existem.
Quem sepultou o corpo do caminhoneiro, se é que o corpo é mesmo dele, possivelmente sabia que existia algo que não deveria ser revelado, sabia que estava cometendo um crime, porque impediu que a família visse o corpo. Se o caixão fosse aberto, todos saberiam que havia uma faca cravada na cabeça do morto. E por que? Como um corpo vem lá de Maringá, lacrado, talvez até com documentação falsa, porque deveria passar pelo IML, com autorização para o sepultamento com caixão lacrado?
Campo Largo não é terra de ninguém. Aqui, como em qualquer lugar do Brasil, as leis precisam ser cumpridas, e quando alguma morte violenta acontece, o corpo necessariamente deve passar por perícia. As autoridades médicas legistas e os peritos precisam examinar o cadáver e constatar cientificamente a “Causa Mortis”. Acidente de trânsito não crava uma faca na cabeça de ninguém.