13/07/2012
Todo mundo sabe que criança deve usar cadeirinha própria ao ser transportada em automóveis, certo? Errado! Pelo menos não é o que está sendo colocado em prática. Segundo dados de 2010 do Departamento Nacional de Trânsito, aproximadamente duas mil crianças de até 14 anos morrem anualmente no Brasil em acidentes de trânsito. Na maioria dos casos isso ocorre porque as crianças não estavam usando cinto de segurança ou em cadeiras próprias à faixa etária.
“A preocupação não pode ser com a multa que vai levar, tem que ser com a vida da criança, entender a gravidade do assunto, pois um acidente pode causar traumas e até levar a óbito”, enfatiza a pediatra Larissa Munaretto Werner. A cadeirinha deve ser usada até mesmo para recém nascidos, desde quando saem da maternidade.
O pediatra Luciano Ultramari Werner comenta que é uma questão de costume para a criança se adaptar ao uso do cinto e que ela precisa ganhar esta consciência desde bebê. “Os pais precisam se preocupar com o que é mais comum. Os filhos têm mais chances de se envolverem em acidentes do que ter uma Meningite, por exemplo. Mesmo a 30Km/h ou naquela saidinha rápida para ir até a panificadora infelizmente um acidente pode acontecer. Até mesmo se o carro estiver parado, vier outro e bater atrás e a criança estiver apoiada entre os bancos da frente – como acontece muito – ela pode voar para frente e sofrer algum trauma”, explica Luciano.
Eles comentam que há cadeiras boas e baratas à venda e que como tem uma boa durabilidade uma mesma cadeira pode ser usada para mais de um filho e até ser emprestada a outros familiares e amigos. Mas é importante atentar-se para o selo do Inmetro, que garante a qualidade do produto.
Quando a criança começa a engatinhar, os riscos de acidentes domésticos aumentam. Isso porque nesta fase elas começam a ter mobilidade e são curiosas para mexer em tudo que encontram pela frente. “Os acidentes acontecem sem querer. É preciso estar sempre atento para evitá-los porque podem se tornar graves”, alerta a médica, completando que avós, tios ou qualquer pessoa que for receber crianças em casa precisam tomar os mesmos cuidados.
Em geral, os acidentes que mais acontecem são ingestão de produtos de limpeza e medicamentos, puxar fios nas tomadas e objetos caírem sobre a criança, quedas de sofá ou qualquer outro móvel, prender o dedo em gavetas e queimaduras no fogão. Ainda é preciso cuidado redobrado quando a criança estiver brincando, pois em questão de segundos pode engolir peças pequenas de brinquedos ou até mesmo, o que acontece muito, colocar as peças no nariz ou no ouvido. “As vezes a criança chega a aspirar o objeto e o que é algo relativamente simples pode virar uma emergência”, completa.
Luciano alerta para que os adultos nunca devem tomar remédio na frente das crianças. Isso pode estimular que, se a criança tiver acesso a algum remédio, ela também queira fazer o que ela viu os pais fazerem. Recomenda-se que em todas as janelas sejam colocadas telas de proteção, pois facilmente a criança pode subir em uma cadeira e querer ver o que está do lado de fora. “Os acidentes são muito comuns, mas todos eles podem ser evitados e, para isso, é importante sempre ter alguém acompanhando a criança”, conclui.