30/05/2012
Mortalidade materna tem queda de 36% no Paraná
30/05/2012 Fonte: Governo do Estado
O Paraná registrou uma queda de 36%, de janeiro a setembro de 2011, no número de mortes em decorrência de complicações na gestação, no parto ou no pós-parto, em comparação com o mesmo período de 2010. De acordo com o Ministério da Saúde, a redução registrada no Paraná foi maior do que a média nacional (21%).
Nos primeiros nove meses do ano passado, o Paraná registrou 49 mortes de mulheres em decorrência de complicações na gravidez e no parto, 28 casos a menos que no mesmo período de 2010. “É uma queda significativa. Entretanto vamos aguardar até o fim do ano para fazer uma análise mais ampliada da situação no Estado. Queremos reduzir ainda mais a quantidade de casos e estamos trabalhando para isso”, disse o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto.
De acordo com o secretário, um fator que pode ter contribuído para a redução é a ampliação das investigações dos casos de morte materna no Estado. O índice de identificação das causas chegou a 76% no ano passado. A Secretaria da Saúde investiga, juntamente com os municípios, as mortes de mulheres em idade fértil (entre 10 e 49 anos). Os comitês de mortalidade materna (estadual e regionais) analisam as circunstâncias de cada óbito e apontam se podem ou não ser classificados como morte materna.
O fortalecimento da atenção primária à saúde, por meio de capacitações e do repasse de recursos pelo programa Apsus (Programa de Qualificação da Atenção Primária à Saúde), também contribuiu para a redução.
Outra ação considerada estratégica para reduzir os números da mortalidade materna no Estado foi o lançamento da Rede Mãe Paranaense, ocorrido no início deste mês. O programa propõe a organização da atenção materno-infantil em todas as regiões do Paraná. É um conjunto de ações que inclui a captação precoce da gestante, o acompanhamento pré-natal com no mínimo sete consultas, a realização de 17 exames, a classificação de risco das gestantes e crianças, entre outras medidas.
Para 2012 estão previstos R$ 90 milhões para a total implantação da Rede Mãe Paranaense. “A rede será mais um passo para reduzirmos estes índices. São ações estruturadas de acompanhamento desde o pré-natal, passando pelo parto, até a criança completar um ano”, afirmou o secretário.
A Secretaria da Saúde lançou a Rede Mãe Paranaense após estruturar programas estratégicos que apóiam as ações necessárias para a atenção materno-infantil. Os programas Apsus, Comsus, Hospsus e Farmácia do Paraná atuam com incentivos municipais, capacitações e definição de contrapartidas para apoiar as redes de atenção à saúde no Estado.
“Com a implantação do Hospsus em 2011, por exemplo, reduzimos em 90% o déficit de leitos de UTI neonatal do Estado e estamos prestes a zerar esse déficit” afirma a superintendente de Atenção à Saúde da secretaria, Márcia Huçulak.
No início de 2011, a secretaria identificou que faltavam cerca de 100 leitos de UTI neonatal e hoje esse déficit é de apenas 19 leitos nas regiões Noroeste e Oeste. Já existe previsão de oferta desses leitos para a região de Paranavaí e Cascavel.
REDUÇÃO GRADUAL – Segundo o Ministério da Saúde, entre 1990 e 2010 o País passou de 141 para 68 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos. No mesmo período, houve redução em todas as causas diretas de mortalidade materna: hipertensão arterial (66,1%), hemorragia (69,2%), infecções pós-parto (60,3%), aborto (81,9%) e doenças do aparelho circulatório complicadas pela gravidez, pelo parto ou pelo pós-parto (42,7%).