05/05/2012
Paraná quer reduzir mortalidade infantil para um dígito com rede integrada
05/05/2012 Fonte: Gazeta do povo
O Governo do Estado quer reduzir para um dígito a taxa de mortalidade infantil no Estado nos próximos anos, a partir da consolidação das ações que serão implementadas na área de saúde com a criação da Rede Mãe Paranaense de atenção à gestante e recém nascidos.
Atualmente, o índice de mortalidade infantil é de 12,12 para cada mil nascidos vivos no Paraná. O programa também vai atuar na prevenção para redução da taxa de mortalidade materna, que chega a 63,4 para cada cem mil partos, segundo dados de 2010.
Para alcançar os objetivos, o Governo do Estado vai investir em capacitações, equipamentos, infraestrutura e pessoal, em parceria com os municípios. “Queremos reduzir de forma significativa à mortalidade materno-infantil em todo o estado”, frisou o governador Beto Richa, durante o lançamento do programa Mãe Paranaense, na noite de quarta-feira, em Curitiba.
Richa disse que o Estado foi o primeiro a garantir a aplicação de 12% dos recursos orçamentários na área de saúde, conforme estabelece a Emenda 29. “No meio do ano passado já havíamos estipulado os valores para a área de saúde, de modo a chegar no índice que depois foi regulamentado no Congresso Nacional para investimentos estaduais”, disse.
O secretário estadual de Saúde, Michele Caputo Neto, acredita que a Rede Mãe Paranaense será um instrumento fundamental no processo de redução das taxas de mortalidade de gestantes e bebês. Ele reforçou que o envolvimento das prefeituras é essencial neste trabalho e citou o caso de Curitiba, que criou a metodologia inspirou o programa estadual e onde a mortalidade infantil caiu para 8,67 para mil nascidos vivos. “Não podemos nos contentar com média. O ideal é que não tenha mortes”, enfatizou.
O prefeito de Rio Negro, Alceu Ricardo Swarowski, disse que a Rede Mãe Paranaense vai reforçar a estrutura de proteção à gestão e a criança no seu município. Para ele, a parceria com o governo assegura melhor qualidade de vida aos moradores de Rio Negro. “Temos bons indicadores, mas podemos melhorar ainda mais para buscar a excelência na saúde do município”.
INVESTIMENTO - O governo estadual vai investir R$ 90 milhões neste ano na rede especializada. Do total de recursos, R$ 30 milhões serão aplicados na construção, reforma, ampliação e equipamentos para as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Outros R$ 30 milhões serão repassados para prefeituras para custeio de equipes de saúde e R$ 12 milhões serão destinados à compra de equipamentos.
A Rede Mãe Paranaense propõe à organização da atenção materno-infantil em todas as regiões do estado e se constitui em um conjunto de ações como o contato precoce com a gestante, o seu acompanhamento no pré-natal, com no mínimo sete consultas, a realização de 17 exames para classificação de risco das gestantes e das crianças, garantia de ambulatório especializado para casos complexos, e parto em maternidade de referência. Também haverá acompanhamento de todas as crianças menores de um ano.
ETAPAS - A implantação da rede Mãe Paranaense está organizada por etapas. Na Atenção Primária, o trabalho começa com a capacitação das equipes para a realização do pré-natal e acompanhamento das crianças, classificação de risco da gestante e do bebê menor de um ano, e a vinculação do parto de acordo com o grau de risco.
Na atenção secundária, entram os ambulatórios especializados para a realização do pré-natal de risco e para o atendimento das crianças menores de um ano em situação de risco. Esta ação será suportada pelo Programa Estadual de Apoio dos Consórcios Intermunicipais de Saúde.
A atenção terciária assegura a referência hospitalar para a realização do parto de modo seguro e solidário, de acordo com o grau de risco da gestante. Esta fase terá apoio do Programa de Qualificação dos Hospitais Públicos e Filantrópicos do SUS do Paraná.
CAPACITAÇÃO – Para preparar profissionais para as atividades do programa Mãe Paranaense, o governo iniciou nesta quarta-feira a capacitação dos profissionais de saúde e gestores municipais para atuação na rede. Cerca de 1,7 mil profissionais participam, em Curitiba, de cinco cursos oferecidos pela Secretaria da Saúde em parceria com a Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná, Associação Brasileira de Enfermagem e Sociedade Paranaense de Pediatria.
A iniciativa reúne profissionais dos 399 municípios paranaenses, entre médicos, enfermeiros e agentes comunitários que atuam nas Unidades Básicas de Saúde, além de secretários municipais e diretores das 22 regionais de saúde e pediatras que atuam nos hospitais credenciados ao SUS do Paraná.