27/04/2012
O “Apagão” ou o “Caladão” da Internet, que deixou mudos os telefones, e sem contato milhões de computadores, em todo o Sul do País, na tarde de Quarta-feira (25), mostrou o quanto a sociedade moderna está dependente da Informática, para funcionar. Durante mais de quatro horas bancos pararam, lotéricas ficaram sem filas, lojas deixaram de faturar, indústrias não puderam receber pedidos, empresas de comunicação ficaram sem aceso às informações, estudantes não puderam realizar pesquisas. Esses foram apenas alguns dos problemas causados pelo rompimento de um cabo de fibra ótica, entre Quatro Barras e Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, por volta do meio dia.
O acidente mostrou, ainda, a fragilidade à qual a sociedade brasileira está submetida, quando quase a totalidade da produção e comercialização de produtos e serviços dependem do funcionamento das linhas de telefone e da Internet. Não existe Plano B, se um cabo se rompe, ficamos a ver navios. O Governo Brasileiro, enquanto discute se apoia ou não, uma CPI criada para investigar falcatruas e a corrupção, se esquece de melhorar a infraestrutura de estradas, portos, aeroportos e de telecomunicações. É extremamente ruim que o País dependa de um cabo de fibras óticas para funcionar. Não existem alternativas para que, nesses momentos, as comunicações possam ser redirecionadas via rádio ou através de um outro meio. É possível que a situação continue assim, que apenas se cole as duas partes do cabo que se romperam, como aconteceu na Quarta-feira, e o assunto fique esquecido para sempre. E se um acidente como esse voltar a acontecer nos próximos anos? E se acontece durante a Copa do Mundo, de 2014? Ficaremos mudos? Mostraremos para o mundo o quanto estamos atrasados, o quanto ainda somos Terceiro Mundo?
É uma pena que nós, brasileiros, estejamos sempre acomodados, e mesmo diante de uma situação como esta, apenas reclamamos na hora, muitas vezes nos dispomos até a fazer piadas, a rir de nós mesmos, em vez de nos unirmos para cobrar das autoridades competentes uma solução segura e definitiva para o problema. No início da noite de Quarta-feira, o cabo de fibra ótica de Campina Grande do Sul já estava novamente emendado, e as comunicações voltaram a ser feitas, sem problemas. É hora de discutirmos, com a sociedade, se isso deve ficar assim, por isso mesmo, ou se aproveitamos o ensejo para cobrar, dos governos Federal e Estadual, maior eficiência nas telecomunicações, meios alternativos para que permaneçamos “linkados” mesmo diante de um acidente, natural ou não, porque comunicação é segurança, e a população não pode depender de meios frágeis, como esse.